No horizonte de festivais de cinema no Brasil, onde a vista não alcança seu fim de tantos que são, apenas três deles ganharam status de desejado pelos realizadores, público e crítica nacional em apenas três edições. O primeiro foi a Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP), em 2008, com sua curadoria voltada à história do cinema. Depois, em 2010, o 3º Festival de Cinema de Paulínia brilhava na mídia com seus prêmios que somavam R$ 650 mil. E hoje, no Paraná, inicia a 3ª edição do Olhar de Cinema: Festival Internacional de Cinema de Curitiba, cuja palavra de ordem é a ousadia, o tamanho e diversidade de sua programação.

Entre hoje e 5 de junho, 95 filmes (45 longas e 50 curtas-metragens) de 17 países irão se dividir em três salas do Espaço Itaú de Cinema, no Shopping Crystal daquela cidade, e a Cinemateca de Curitiba. Além da exibição de filmes – em programas competitivos (12 longas) e hor-concours -, o Olhar promove também seminários, debates e lançamento de livros.

O título que abre esta edição hoje à noite é “Dr. Fantástico” (1964), de Stanley Kubrick, um mestre que terá espaço de destaque no festival, com dez de seus 13 longas mostrados em versão restaurada. Já a mostra “Novos Olhares”, dedicada a primeiros filmes, oferece a primeira exibição no Brasil de seis longas internacionais. Como novidade, a competição não fará distinção entre filmes estrangeiros e nacionais.

“Para nós, a possibilidade de ver os filmes nacionais à luz daqueles que vêm de outros cantos contribui para a reflexão acerca do quê e do como estamos produzindo no país”, contextualizaou Aly Muritiba, diretor do Festival.

CineOP
A centenas de quilômetros de Curitiba, em Ouro Preto (MG), o CineOP dá partida a sua 9ª edição amanhã. Não menos atraente, projeta 59 filmes (19 longas-metragens, 7 médias e 33 curtas) e promove 21 encontros para debates e discussões sobre educação, preservação, estéticas e Cinema Patrimônio. Em 2014, a CineOP homenageia os cineastas Luiz Rosemberg Filho (1943), Ricardo Miranda (1950-2014) e o ex-curador da Cinemateca do MAM-RJ Cosme Alves Netto (1937-1996).