Homens São de Marte… e é para Lá que Eu Vou
Três casamentos e uma encalhada
Por Luiz Joaquim | 29.05.2014 (quinta-feira)
Quer saber com quantos clichês se faz uma comédia romântica? Então pegue sua calculadora e vá ao cinema ver o carioquíssimo “Os Homens São de Marte… E É pra Lá que Eu Vou!” (Bra., 2014). É o nome do novo arrasaquarteirão (mesmo antes de estrear) que é lançado hoje. A produção foi dirigida sob encomenda por Marcus Baldini a partir da homônima peça com a atriz Mônica Martelli, que ficou em cartaz por oito anos e levou aos teatros cerca de 1,5 milhão de espectadoras.
Martelli é Fernanda. Tem a idade física de 39 anos, e a mental de 19. A triste senhora adolescente é solteira e vive um pesadelo constante. Seu trabalho é produzir cerimônias de casamento mas, ela própria, sempre se dá mal no amor. Fantasiando qualquer homem que seja minimamente gentil com ela como o ideal para desposá-la, o enredo tenta nos dar três chances de percebermos como a senhora adolescente é atrapalhada ou azarada.
Elas se traduzem nos três personagens masculinos com quem ela se envolve. O político cara-de-pau e traidor (Eduardo Moscovis), o milionário cheio de adrenalina e de gosto sexual inusitado (Humberto Martins) e o natureba zen cujo lema é desapegar das coisas materiais (Peter Ketnath, de “Cinemas, Aspirinas e Urubus”).
Como é de se esperar, nenhum deles é o homem “perfeito” para a senhora adolescente, que faz de tudo para impressioná-los. Ela descobre mesmo é que seu final feliz está mais próximo dela do que imaginava, e só aparece quando ela está desarmada do batom e da roupa de grife.
Flutuando como satélites ao redor da senhora adolescente, está a mais jovem e desencanada amiga Nathalie (Daniele Valente) e, claro, Aníbal (Paulo Gustavo), o caricato amigo gay elétrico, desaforado. Aníbal representa o gay forçosamente engraçado – presença cativa nas contemporâneas comédias do cinema brasileiro, como mais um legado de nossas telenovelas.
Há – ainda bem – dois momentos autênticos neste pesadelo chamado “Os Homens São de Marte…”, e eles se dão em função do talento e das breves participações de Irene Ravache e Milhem Cortaz.
Do ponto de vista estético, ao vermos o filme, entendemos que a preguiça predomina quando lembramos dos recursos possíveis de serem estruturados por uma câmera para ajudar, pela composição plástica, uma dramaturgia. O que se vê são apenas planos e contra-planos fechados no rosto de quem fala, mudando imediatamente quando a fala vai para seu interlocutor. E só.
Mas, como alguém uma vez disse a Fernanda – ela revela no filme – a senhora adolescente tem “vocação para ser feliz”, e não importa o quanto envelheça, ela sempre viverá no mundo das almofadas cor-de-rosa com a estampa da palavra “Love”.
50 comédias românticas para ver antes de perder tempo com “Homens São de Marte…”
1 – Mulheres ao Ataque
2- Cartas para Julieta
3- Como Fazer um Filme de Amor
4- Um Amor Para Recordar
5- Noiva em Fuga
6- Ligeiramente Grávidos
7 – Quatro Casamentos e Um Funeral
8- As Sete Regras do Amor
9- Vestida Para Casar
10- Procura-se Uma Noiva
11- Quando em Roma
12- 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você
13- Ela e os Caras
14- Amor à Distância
15- De Repente é Amor
16- Um Dia Especial
17- Jogo de Amor em Las Vegas
18- O Noivo da Minha Melhor Amiga
19- Ele Não Está Tão a Fim de Você
20- Amor ou Amizade
21- O Amor Não Tirá Férias
22- Como Perder um Homem em 10 Dias
23- Marido por Acaso
24- Casamento Grego
25- Idas e Vindas do Amor
26- De Repente 30
27- O Diário de Bridget Jones
28- Sorte no Amor
29- Ela é o Cara
30- Shakespeare Apaixonado
31- Minha Mãe Quer que Eu Case
32- Hitch – Conselheiro Amoroso
33- Leis da Atração
34- Bridget Jones no Limite da Razão
35- Do Que as Mulheres Gostam
36- Mensagem Para Você
37- Louco Por Você
38- Atraídos Pelo Destino
39- Ela é Demais
40- Regras do Amor
41- Nunca Fui Beijada
42- Forças do Destino
43- A Proposta
44- O Casamento do Meu Melhor Amigo
45- A Sogra
46- Um Lugar Chamado Notting Hill
47- Tudo Que Uma Garota Quer
48- Noiva em Fuga
49- Tudo para Ficar com Ele
50- Armações do Amor
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