No Limite do Amanhã
O exterminador de volta para o futuro
Por Luiz Joaquim | 29.05.2014 (quinta-feira)
A própria estrela de “No Limite do Amanhã” (Edge of Tomorrow, EUA, 2014), Tom Cruise, descreveu há dois meses o novo filme dirigido por Doug Liman (de “A Identidade Bourne”) como se fosse um “Feitiço do Tempo (1993) para viciados em ficção-científica”. A referência ao clássico com Bill Murray é mesmo boa porque o personagem de Cruise – Cage, um assessor de imprensa do exército americano que torna-se um soldado à pulso – se vê preso num mesmo dia que se repete sempre.
Criado a partir do quadrinho japonês “All You Need is Kill” (Tudo o que você precisa é matar), de Hiroshi Sakurazaka, o filme “No Limite do Amanhã” ganha novo fôlego com o roteiro bem calibrado de Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth sobre a já tão cansada ideia de reviver as mesmas situações e com elas tornar-se melhor, além de tornar o mundo mais simpático.
Por esta última situação, “No Limite…” também tem forte parentesco com “De Volta para O Futuro”, sendo que, ao contrário de McFly (Michael J. Fox) na aventura de 1985, do resultado na volta ao tempo feita pelo personagem de Cruise não depende uma melhor vida para sua família, mas sim o destino da Terra.
Num futuro próximo, Cage é o assessor de imprensa almofadinha que vai parar num acampamento militar na França. Está ali contra a própria vontade para ajudar os EUA a derrotar a invasão alienígena que já arrasou a Alemanha e cuja próxima parada é a Inglaterra. É divertido ver Cruise como um medroso, e como sua transformação em um determinado se dá à medida em que ele sempre vai ao dia seguinte aprimorado pela experiência de já ter vivido aquela situação vestindo seu exoesqueleto mecânico.
Carregado com o bom humor e a tristeza que a imortalidade de estar preso num mesmo dia pode carregar, o enredo de “No Limite…” traz ainda uma Emilie Blunt como uma mocinha diferente, musculosa tal qual Linda Hamilton em “O Exterminador do Futuro 2” (1991).
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