O bom filho a casa volta
Rede de cinemas dá início ao programa
Por Luiz Joaquim | 23.05.2014 (sexta-feira)
Numa época em que os filmes encontram as mais diversas plataformas de exibição, como computadores, Tablets, iPods, smartphones, sem esquecer as redes online e a TV a cabo, é curioso, interessante e bem-vinda a iniciatica que um gigantesco complexo de cinema no Brasil está para oferecer ao seus usuários. Ela acontece a partir de 31 de maio com o início do projeto “Classicos Cinemark” pela qual a rede exibidora traz de volta ao espaço mais nobre para um filme – a sala de cinema – seis títulos de inquestionável importância histórica na cultura mundial.
As sessões serão sempre aos sábados (23h55), domingos (12h30), e quarta-feira (19h30) ao preço de R$ 14 (R$ 7, meia-entrada) por sessão. Nelas, o público poderá ver ou rever num ambiente adequado “Taxi Driver” (1976), de Martin Scorsese (dias 31/05, 01 e 04/06); “Pulp Fiction: Tempo de Violência”, de Quentin Tarantino (dias 07, 08 e 11/06); “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick (dias 14,15 e 18/06), “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977), de John Badhan (dias 21, 22 e 25/06); “Grease: Nos Tempos da Brilhantina” (1978), de Randal Kleiser (dias 28, 29/06 e 02/07); e “Bonequinha de Luxo” (1961), de Blake Edawards (dias 05, 06 e 09/07).
“É um conceito que já existe há dois anos no exterior, este de reexibir clássicos nos cinema. Só nos EUA, neste período, quase um milhão de pessoas pagaram para voltar a ver filmes que marcaram suas vidas”. Quem contextualiza é Bettina Boklis, diretor de marketing no Brasil da rede multinacional Cinemark.
A própria Bettina vibra com a possibilidade relembrar numa tela grande o romance musicado entre Danny (John Travolta) e Sandy (Olivia Newton-John) em “Grease”, título que guarda com carinho, tendo o visto pela primeira vez num cinema quando mais jovem. “Acreditamos que a mostra deverá gerar também esse efeito de os mais experientes quererem apresentá-los aos filhos numa sala de cinema”, arrisca.
Sobre a origem dos arquivos digitalizados – no formato Digital Cinema Package (DCP) – em versão reastaurada dos filmes, a executiva conta que eles vêm do exterior. “O Cinemark já vem há três anos abrindo um espaço para outro tipo de público, com um outro perfil, interessado em shows de música, disputas do Super Bowl [campeonato de futebol americano], e até mesmo ópera. Não é um público grande, mas sabemos que ele existe. Daí pensamos, por que não os clássicos do cinema?”, pontua.
Nesta primeira programação, encerrando 09 de julho, Bettina conta que a empresa irá observar a resposta dos espectadores. “De qualquer forma, já temos o plano de uma segunda temporada com mais seis filmes. Ao final da primeira temporada damos um descanso de uma semana e daí devemos recomeçar com -O Poderoso Chefão-, -Forrest Gump-, e -Lawrence da Arabia-, entre outros”, revelou ao CinemaEscrito.
Circuito – A Cinemark é hoje a maior rede exibidora salas do País. São 542 salas em 69 complexos distribuídos em 35 cidades brasileiras. O projeto “Clássicos Cinemark”, entretanto, só será disponibilizado em 31 complexos da rede (Veja quais são eles aqui – http://www.cinemark.com.br/classicos-cinemark -. Ingressos começam a ser vendidos dia 28/05.
Recife gosta de clássicos
Entre as tantas vantagens operacionais que a tecnologia do arquivo de filmes no formato Digital Cinema Package (DCP) promoveu está a facilidade e barateamento no transporte das obras, num portátil disco rígido, sem falar no benefício em evitar o desgaste dos filmes em sua plataforma original, a película. Isto estimula a reebição de clássicos, como propõe o projeto do Cinemark.
Pelo Janela Internacional de Cinema do Recife, a capital pernambucana já vem sendo bem alimentada por sessões assim desde a terceira edição do festival, em 2010, quando projetou no Cine São Luiz a “Trilogia do Dólar”, de Sérgio Leone (ainda em cópias 35mm vindas da Austrália).
A fórmula foi repetida em 2011, desta vez em DCP, com uma retrospectiva dos filmes de Stanley Kubrick – incluindo “Laranja Mecânica”. Em 2012, os curadores Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux diversificaram a programação com sete obras bem distintas, entre elas “Taxi Driver”, “Lawrence da Arabia” e “Tubarão”. E no ano passado a oferta aumentou. Foram 11 clássicos contando com, entre outros, “Metropolis”, “O Bebê de Rosemary”, “A Mosca”, “Faça a Coisa Certa” e “O Último Imperador”.
Em 2012, o projeto “Vivo Open Air” também trouxe ao Recife três obras fundamentais. “O Poderoso Chefão”, “Pulp Fiction” e “De Volta ao Futuro”. Todas as sessões destes clássicos na cidade foram um sucesso de público, tanto pelo Janela quanto pelo Vivo.
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