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Críticas

Como Domar o seu Dragão 2

Dragões que fazem au-au

Por Luiz Joaquim | 18.06.2014 (quarta-feira)

É um filme bem diferente daquele que lhe deu origem em 2010 este “Como Treinar o seu Dragão 2” (How to Train Your Dragon 2, EUA, 2014), do diretor Dean DeBlois, o mesmo que esteve à frente do anterior. A ideia original – de que é preciso entender o diferente para construir a paz – mantém-se aqui como norte principal. Mas agora, num ambiente onde os dragões já são parte do convívio familiar entre os vikings da ilha de Berk, o espírito de amizade é elevado a um patamar mais alto uma vez que a “personalidade” destes dragões são aqui, nada mais nada menos como a de cãezinhos, só que com asas e soltando fogo pela boca.

Uma vez percebida a analogia, o espectador mirim (e mesmo o adulto) pode querer ter um dragão de estimação ao final da sessão Uma espécime tão fiel e valente quando o raro e bravo Fúria da Noite, o dragão do jovem protagonista viking Soluço.

O enredo nos coloca cinco anos após Soluço convencer seus conterrâneos de que estes monstros não deveriam ser combatidos. Basta entender como os cachorros, ou melhor, como os dragões agem e eles serão dóceis e fieis.

A ideia de dragões como inimigos é aqui coisa do passado, tanto que a abertura do novo filme já nos apresenta uma alucinada (e um tanto cansativa) espécie de Quadribol – a competição de Harry Potter sobre vassouras voadoras -, só que aqui com os vikings voando em dragões e usando ovelhinhas no lugar de “Pomo de Ouro”.

Tal abertura funciona quase como um portifólio adiantando o quanto a pirotecnia visual possível pela computação gráfica afiada da Dreamworks evoluiu desde o primeiro filme. Texturas de pelos, de pele, músculos, densidade de água em movimento e paisagens selvagens são um atrativo à parte para os olhos nessa história sobre amigos humanos e bizarros que também desenvolvem muita ação.

A tensão inicia quando Soluço descobre acidentalmente uma caverna secreta onde centenas de monstros vivem em sua forma selvagem. Em perigo, mas tranquilo, o jovem guerreiro mostra logo seu poder raro em domar dragões. Tanta desenvoltura chama atenção de Valka, a misteriosa guardiã do local, na verdade a mãe de Soluço que foi dele afastada quando ainda era um bebê.

O encontro abre um novo e bonito canal dramático no enredo deste filme 2, uma vez que a família de Soluço, com seu pai Stoico, voltam a se unir. A construção desse reencontro da família, 20 anos depois, é cativante e especialmente bem resolvido.

Administrando muito bem as alternância entre a amizade e o romance, o roteiro de DeBois e Cressida Cowell deixam para o final uma batalha ainda melhor conduzida entre o domador do bem de Dragões, Soluço, e o domador do mal de dragões, Drago Bludvist. Aqui sim faz sentido todas as proezas estéticas que a tecnologia pode dar à ação da historinha de aventuras que vemos, e deverá deixar crianças e adultos de olhos bem abertos o tempo todo.

SEQUÊNCIA – Os fãs da franquia “Como Treinar seu Dragão” podem ficar tranquilos. A produção da parte três já foi anunciada, sob direção do mesmo Dean DeBlois (com seu roteiro). E já tem data de estreia nos EUA: 17 de junho de 2016.

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