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Reportagens

1988 está em cartaz em 2014

Dois clássicos de 1988 exibem hoje nos cinemas

Por Luiz Joaquim | 03.08.2014 (domingo)

Por uma circunstância curatorial interdependente, o Recife oferece no dia de hoje a exibição nos cinemas de dois sucessos de bilheteria do ano de 1988. Um chega por conta da homenagem ao mestre Ariano Suassuna, falecido no último dia 23, que o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco promove, quando exibirá às 16h30 “Os Trapalhaões no Auto da Compadecida” (em 35mm). O outro filme está dentro do projeto “Clássicos Cinemark”, no multiplex do Shopping RioMar, com sessão às 12h30 de “Império do Sol” (Empire of The Sun), no formato digital DCP, de Steven Spielberg.

Tendo estreado nas férias de junho de 1988 (dados da Ancine), o infantil brasileiro levou aos cinemas um total de R$ 2,6 milhões de espectadores. O número, que impressiona nos dias de hoje, não significava nada de tão anormal para época, principalmente quando se trata de um produtor vindo do quarteto formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Afinal, até hoje, quatro dos dez filme brasileiros mais vistos no cinema são da franquia dOs Trapalhões.

Com a direção de luxo de Roberto Faria – autor de clássicos como “Assalto ao Trem Pagador” (1962) e “Pra Frente, Brasil” (1982) – o filme dos “trapa” das férias daquele ano resgatava a peça clássica de Suassuna apresentando Renato Aragão como João Grilo, Dedé Santana como Chicó, Mussum como Manuel, o Jesus Cristo, e Zacarias como o padeiro. O elenco ainda contava com Raul Cortez como o major, José Dumont como Severino, e Cláudia Jimenez como a mulher do padeiro.

A adaptação é bem fiel a criação do armorialista. Na pequena cidade de Taperoá João Grilo e Chicó perturbam um sacristão humilde e um padeiro. Todos vivem sob os controle do bispo, do padre e do major. Até que, num ataque do cangaceiro Severino todos morrem e vão ao céu onde passam por julgamento diante de Deus e da Virgem Maria.

Já “Império do Sol”, chegou ao Brasil alguns meses antes das férias de 1988. Era 11 de março quando entrou em cartaz. Estreava sob forte campanha para ganhar o Oscar, quando concorreu a seis estatuetas (e não levou nenhuma). Concorria pela fotografia, direção de arte, figurino, som, montagem e trilha sonora.

O descaso da Academia com o filme incomodou muita gente. Era o segundo filme “sério” do midas Spielberg – o anterior foi “A Cor Púrpura” (1986), que também não levou nenhum Oscar, tendo concorrido a 11 deles. “O Império do Sol” apresenta Christian Bales – conhecido hoje por “Batman Returns” – em seu primeiro papel no cinema, aos 13 anos.

O então menino Bale interpretava o inglês Jamie “Jim” Graham. Era o filho de um diplomata que vivia na China antes da ocupação japonesa na Primeira Grande Guerra. Quando as tropas nipônicas invadem o país, o garoto é separado dos pais e acaba tendo de sobreviver sozinho durante anos em um campo de concentração para prisioneiros de guerra.

Mesmo com um tema pesado, o filme trazia a marca de Spielberg, ou seja, a perspectiva mais inocente de um garoto para os horrores da guerra. Além de Bale, aparecem no elenco John Malkovich, Miranda Richardson e um também iniciante Ben Stiller.

Os dois filmes terão um outra sessão também no mesmo dia, na próxima quarta-feira. “Os Trapalhões…” passa dia 06/08 às 19h na Fundaj, e “Império do Sol” às 19h30 da mesma data no Cinemark.

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