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Festivais

47o Brasília (2014) – Abertura

Mais um capítulo na história

Por Luiz Joaquim | 16.09.2014 (terça-feira)

Se existe um festival de cinema no Brasil que merece sempre a atenção não apenas da mídia especializada e dos pesquisadores mas também daqueles naturalmente interessados pela inteligência do cinema, este é o Festiva de Brasília do Cinema Brasileiro, que inicia hoje sua 47ª edição e segue até a próxima terça-feira. Estar neste encontro é acompanhar um novo capítulo da história do cinema nacional. Com 18 filmes (seis longas e 12 curtas-metragens) em competição oficial, além de mostras paralelas (somando mais de 60 títulos), seminários e debates com os realizadors, o Fest. Brasília já possui o status de patrimônio dinâmico de nossa cultura, sempre ajustando seu formato ao longo destas quase cinco décadas de atividade.

Ao adequar-se ao sabor dos altos e baixos políticos e culturais do cinema brasileiro – que os diga os anos Collor -, o festival nunca deixou de persistir em sua vocação para colocar em foco o que há de novo e interessante da nossa produção. É um espaço que já serviu de palco para hoje cineastas considerados gênios – Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Sarraceni, Rogéio Sganzerla, Davi Neves, Carlos Reinchebach, Nelson Pereira dos Santos -, e que continua esforçando-se para fazer jus ao espírito próprio de um bom festival, ou seja, apontar para o que futuro nos espera do ponto de vista da linguagem, mostrando produções de ponta feitas já hoje.

Nesta ambiente, Brasília vem caminhando de olhos bem abertos para a cinematografia pernambucana desde 1996, ano que premiou “O Baile Perfumado”, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira. Em 2012, atingiu o ápice colocoando em competição sete título de Pernambuco – e dividindo o prêmio máximo entre dois deles – “Eles Voltam”, de Marcelo Lordello, e “Era uma Vez eu, Verônica”, de Marcelo Gomes.

Para esta edição 2014, dois longas saem do Recife – “Brasil S/A” (exibe quinta-feira), de Marcelo Pedroso; e “Ventos de Agosto” (domingo), de Gabriel Mascaro -, além de dois curtas locais – “Sem Coração” (quinta-feira); e “Loja de Répteis” (amanhã), de Pedro Severien – para disputar o troféu Candângo e prêmios que juntos somam R$ 625 mil, dos quais R$ 250 mil vão para o melhor longa e R$ 35 mil ao melhor curta.

Além da competição, o festival espalha-se na cidades satélites de Taguatinga, Gama, Sobradinho, Ceilândia, e nos campus universátirios de Brasília com cinco mostras paralelas e o tradicional “Festivalzinho”, com obras infantis. Nas pautas dos debates e seminários, o projeto “Brasil de Todas as Telas”, da Ancine; os blogs de crítica cinematográfica; os perfis dos jovens realizadores; e os cinema como veículo de resistência contra a ditadura militar, além de uma homenagem a Eduardo Coutinho (1933-2014), e as tendências do cinema brasileiro contemporâneo, entre outros.

Para a sessão de abertura, às 20h de hoje no Cine Brasília, o festival celebra os 50 anos de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha projetando a obra em cópia restaurada. A exibição será precedida pela apresentação de uma orquestra de câmara interpretando arranjo armorial para “Perseguição” (de Sérgio Ricardo). Estarão na cerimônia os filhos de Glauber, Paloma Rocha e Henrique Cavalleiro, e o ator Othon Bastos.

DISPUTA – Os outros quatro longas que disputam o Cândango nesta edição são: “Sem Pena” (de Eugênio Puppo, SP, amanhã); “Pingo DÁgua” (de Taciano Valério, PB, sexta-feira); “Branco Sai, Preto Fica” (Adirley Queirós, DF, sábado); e “Ela Volta na Quinta” (de André Novais Oliveira, MG, segunda-feira).

PROGRAMAÇÃO

*Exibições de 17 a 22 de setembro, às 20h30, no Cine Brasília e no SESC Ceilândia, Teatro de Sobradinho, CG do Gama e Teatro da Praça de Taguatinga.

Quarta, 17.09 (122min)
Loja de répteis, de Pedro Severien, 17 min, ficção PE, 2014, 16 anos
Bashar de Diogo Faggiano, 18min, documentário, SP, 2014, 16 anos
Sem pena de Eugenio Puppo, 87min, documentário, SP, 2014, 12 anos

Quinta, 18.09 (122min)
Sem coração, de Nara Normande e Tião, 25min, ficção, PE, 2014, 14 anos
Crônicas de uma cidade inventada, de Luísa Caetano, 25min, ficção, DF, 2014, 16 anos
Brasil S/A de Marcelo Pedroso, 72min, ficção, PE, 2014, Livre

Sexta, 19.9 (124min)
Vento Virado, de Leonardo Cata Preta, 21min, ficção, MG, 2013, 10 anos
Geru de Fábio Baldo e Tico Dias, 23min, documentário, SE, 2014, Livre
Pingo dágua, de Taciano Valério, 80min, ficção, PB, 2014, 16 anos

Sábado, 20.09 (127min)
Nua por dentro do couro, de Lucas Sá, 21min, ficção, MA, 2014, 14 anos
Castillo y el Armado de Pedro Harres, 13min, animação, RS, 2014, 12 anos
Branco sai. Preto fica de Adirley Queirós, 93min, documentário, DF, 2014, 12 anos

Domingo, 21.09 (126min)
B-Flat de Mariana Youssef, 24min, ficção, SP, 2013, Livre
Luz, de Gabriel Medeiros, 25min, documentário, RJ, 2014, Livre
Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro, 77min, ficção, PE, 2014, 14 anos

Segunda, 22.09 (161min30)
Estátua!, de Gabriela Amaral Almeida, 24min30, ficção, SP, 2014, 14 anos
La llamada, de Gustavo Vinagre, 19min, documentário, SP, 2014, Livre
Ela volta na quinta, de André Novais Oliveira, 118min, ficção, MG, 2014, Livre

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