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Críticas

Isolados

Thriller em tom acima do convincente

Por Luiz Joaquim | 18.09.2014 (quinta-feira)

É sempre interessante ver como a produção brasileira se relaciona com os projetos de filmes de gênero que chegam no mercado mainstream. Hoje o multiplex de todo o País disponibilizam o thriller psicológico “Isolados” (Bra., 2104), de Tomás Portella.

Com a figura globo-platinada do ator Bruno Gagliasso protagonizando o suspense – no qual contracena com Regiane Alves –, a produção carioca, entretanto, não alimenta muitas outras sensações daquela de apenas saciar a tal curiosidade por uma incursão tão incomum no Brasil.

Com um mote e uma estrutura narrativa que reúne um grande quantidade de clichês próprios do gênero, o longa-metragem começa ingênuo e concluí sofrível.
No caso, temos um casal aparentemente encurralado numa casa numa região rural onde se deparam com todo o tipo de dificuldade crescente – e algumas inclusive tangíveis – enquanto se protegem de um maníaco que os encurralam naquele espaço.

A primeira fragilidade de filmes como “Isolados” é perceptível durante a própria sessão. Acontece quando o espectador encontra consigo mesmo soluções simples para uma situação específica, mas que nenhum personagem inteligente da trama parece capaz de desenvolver.

Entendemos imediatamente que o esforço na lógica do roteiro é para atingir um objetivo final na trama. Só que, uma vez o filme empertigado nesse foco, fragilidades vão se desenvolvendo na nossa frente, e elas distraem mais do que acrescentam.

Exemplo: com a namorada machucada na casa após uma tentativa de fuga do casal, mas frustrada pelos algozes, o médico Lauro (Gagliasso) não considera tentar resgatar o carro por pavor de um novo ataque. Ok. Mas, quando tudo está mais tenso, a decisão de buscar o carro curiosamente não parece mais tão arriscado.

Na metade final, “Isolados”, começa a pecar nos diálogos que, por serem pouco inspirados, precisariam de uma atuação mais precisa de Gagliasso e Regiane; coisa que infelizmente não acontece.

Esforçando-se, os dois atores nos momentos mais tensos estão alguns tons acima do convincente. A mesma avaliação serve para os atores Orã Figueiredo e Silvio Guindane, que como policiais investigam os estupros seguidos de assassinatos nas redondezas da casa.

ADEUS – “Isolados” é o primeiro dos quatros filmes que José Wilker participou, sendo lançado após sua morte em 5 de abril deste ano. Ainda o veremos em “Nautilos”, o documentário “Vinte”, e “A Hora e Vez de Augusto Matraga”. Em “Isolados” Wilker tem uma rápida aparição como um médico veterano.

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