Livrai-nos do Mal
Razão VS fé contra o mal
Por Luiz Joaquim | 18.09.2014 (quinta-feira)
Em certa medida, o filme norte-americano “Livrai-nos” (Deliver Us from Evil, EUA, 2014), de Scott Derrickson que estreia hoje, tem muitos pontos de conexões com o brasileiro “Isolados” (link da crítica abaixo); e não é apenas por ambos apelarem para o medo como elemento de envolvimento e tensão para segurar seu espectador.
Tanto “Isolados”, que concentra-se no suspense gerado pela incerteza, quanto “Livrai-nos do Mal”, que concentra-se no suspense pelo sobrenatural inexplicável – são obras que, a seu modo, seguem uma cartilha cansada e já muito bem respondida por outros realizadores mais concisos.
No caso do hollywoodiano vemos Eric Bana como o investigador policial Ralf. Atormentado por um trauma no passado, o antes católico é hoje um descrente e encara os casos de assassinato e estupros que resolve nas ruas com a falta de esperança e lógica própria dos racionais.
Ele acaba tendo de se dobrar a um jovem padre não ortodoxo (Edgar Ramirez) quando precisa desvendar o porquê de algumas pessoas simples e pacíficas terem começado a cometer atrocidades, como matar o próprio filho pequeno sem razão aparente.
O conflito na mente do policial, que não acredita na existência de um mal maior daquele que o homem pode cometer, e sua posterior flexão às palavras do padre, é o que “Livrai-nos do Mal” tem de melhor a oferecer.
Mas ao entrar no complexo universo do exorcismo, as explicações e circunstâncias das ações que vemos perdem um tanto de força e, também, nos surgem enfraquecidas pelos diálogos.
E, mesmo que seus efeitos especiais façam os espectadores abrirem bem os olhos, “Livrai-nos do Mal” não encerra o terror a que se propõe. Termina por passar-se como um trabalho que se leva muito mais à sério do que o é realmente.
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