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Clássicos

Monty Python: O Sentido da Vida

Um clássico do humor na Fundaj

Por Luiz Joaquim | 04.09.2014 (quinta-feira)

John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones, Michael Palin e Graham Chapman (1941-1989). O nome deste cinco senhores ingleses e um americano pode não significar muito para uma nova geração que verte gargalhadas com as globochanchadas que chegam mensalmente às telas dos cinemas. Mas seus pais, e mesmo avós, certamente já tiveram algum tipo de contato com o humor que o sexteto chamado “Monty Python” produziu para a tevê entre 1969 e 1974. A partir de hoje, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, um exemplar da sofisticada graça do grupo poderá ser (re)visto pelo filme “Monty Python: O Sentido da Vida” (The Meaning of Life, Ing., 1983), dirigido a quatro mãos por Gilliam e Jones.

Terceiro e último filme dos Python, a versão que chega por aqui foi restaurada e voltou a circular pelo mundo, sendo exibida no formato digital DCP. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o filme é talvez o mais representativo do quanto o sexteto já estava a vontade naquele momento para radicalizar em sua proposta narrativa e acidez no humor.

A época do lançamento, com mais de dez anos de história educando seu público para a graça por provocações inteligentes e mesmo surreais, “O Sentido da Vida” chegou coroando a total liberdade criativa e crítica deste grupo. Fosse contra a cultura britânica, contra a religião, a filosofia, a política, a burocracia ou qualquer outra instituição que se auto-intitulasse importante ou dominante, os Python eram impiedosos e cômicos.

Tanta liberdade provoca em alguns um estranhamento natural, e até incompreensão, contra algumas piadas sutis. Em “O Sentido da Vida” não há uma única história com narrativa linear. É formado por diversos quadros não necessariamente interligados, que tentam dar, pela perspectiva amalucada do sexteto, a razão da vida desde o nascimento até a morte.

Entre tantas situações absurdas, há a mãe católica que ao evitar meios anticoncepcionais concebe tanto filhos que nem mais percebe quando está parindo. Ou o rigor na aula de sexo numa escola masculina, ou transplante de fígado, ou as reflexões dos peixes num aquário sobre a vida, e talvez a cena mais marcante pela sua escatologia, envolvendo o obeso Sr. Creosante (Terry Jones) que não pára de comer. Há ainda o infinito caminho a que nos leva um garçom, para explicar o tão misterioso sentido da vida. Por estas e outras, os Python ganharam a fama que merecem e nunca sai da cabeça daqueles que já tiveram contato com sua obra.

MAIS, NO CINEMA– Os outros dois trabalhos concebidos pelo Monty Python objetivamente para ser lançado no cinema foram “Monty Python: Em Busca do Cálice Sagrado” (1975) e “A Vida de Bryan”(1979).

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