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Festivais

38a Mostra de SP (2014) – dia 7

A força do Canadá, em filmes

Por Luiz Joaquim | 23.10.2014 (quinta-feira)

SAO PAULO (SP) – O cineasta canadense Denys Arcand, respeitado mundialmente pelos seus ácidos “O Declínio do Império Americano” (1983) e “Invasões Bárbaras” (2003), aportou na 38a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com seu mais recente trabalho: “O Reino da Beleza” (Le Règne de La Beauté, Can., 2014).

Sem a mesma verve criticamente política escancarada, o cineasta aqui parte da história de um casal tipicamente canadense para refletir sobre o poder do belo. Ele é Luc (Éric Bruneau), um jovem arquiteto bem sucedido que está casado há sete anos e é feliz com a esposa que ama, Steph (Mélanie Thierry). Levando aquilo que seria um vida perfeita, o arquiteto valoriza a beleza como algo vital à vida. “Feiúra faz mal a humanidade”, diz ele.

Numa viagem de negócios, Luc conhece Lindsay (Melanie Merkosky). Com o casamento no fim, ela convida o rapaz para passar a noite com ela. Luc não titubeia, muito embora sinta culpa e a ideia de trair não faça parte de seus princípios. Enquanto isso, Steph entra em surto depressivo durante o duro inverno canadense enquanto olha para a realidade bélica no oriente médio.

Apesar de frágil e pouco desenvolvido, “O Reino da Beleza” consegue cativar. O faz mais pela intrigante história de confusão amorosa que pela proposta discursivo, aqui mal amarrada, para falar da incapacidade da humanidade em resistir ao belo, manifeste-se ela como for. Como representação da perfeição estética, Arcand usa bem as casas arquitetadas por Luc, além da beleza muito muito próxima da perfeição da atriz Melanie Merkosky.

Com mais prestígio no circuito comercial do mundo, a Mostra exibe também o novo filme de um outro canadense, Jean-Marc Vallée, oscarizado por “Clube de Compras Dallas’ (2013). Protagonizado solitariamente por Reese Witherspoon (cheiro de Oscar aqui), o filme “Livre” (Wild) só entra em cartaz nos EUA em dezembro.

Adaptado da história real vivida por Cheryl Strayed, que em 1995 caminhou 1.500 quilômetros por três meses na trilha desértica da “Pacific Crest Trail”, o filme basicamente segue Witherspoon superando obstáculos selvagens e seus próprios receios de garota que perdeu a mão (Laura Dern, ótima) e com isto também perdeu o rumo da própria vida.

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