38a Mostra SP (2014) – dia 6
Foxcather
Por Luiz Joaquim | 22.10.2014 (quarta-feira)
SAO PAULO (SP) – Sim, até 29 de janeiro de 2015, o leitor ouvirá falar muito sobre “Foxcather: Uma História que Chocou o Mundo”, terceiro filme do norte-americano Bennett Miller (de “Capote” e “Moneyball”) e que lhe rendeu o prêmio de melhor direção em Cannes.
A data acima é a da estreia do filme no Brasil. Nos EUA, a superprodução a ser lançada pela Sony chega em novembro próximo ao circuito exibidor. Quando acontecer, deverão começar a estourar comentários na mídia sobre possíveis indicações ao Oscar 2015 para melhor filme, direção e principalmente para o trio de atores formado por Channing Tatum (como Mark Schultz), Mark Ruffalo (como David Schultz) e extremo destaque para Steve Carell (como John Du Pont).
Baseado numa história real ocorrida entre 1987 e 1988, o filme conta como os campeões olímpicos de Luta Olímpica nos jogos de 1984, os irmãos Mark e o mais velho David, se envolveram com o multimilionário Du Pont.
Vindo de uma linhagem de nobres que enriqueceu pela fabricação de produtos bélicos, Du Pont tinha uma obsessão: criar em sua mansão um centro de treinamento para Luta Olímpica que fosse referência no País e que servisse como modelo de patriotismo em defesa dos ideais norte-americano.
Aos poucos, a direção segura de Bennet e as performances hipnóticas do trio de atores (com Carrell e Ruffalo praticamente irreconhecíveis), mergulha o espectador num ambiente sufocante e perturbador em função do capricho de um homem poderosos e excêntrico.
Fora do circuito de títulos badalados, a Mostra oferece algumas surpresas que precisam ser descobertas, como é o caso do devastador “A Mala do Amor e da Vergonha” (Suitcase of Love and Shame, EUA, 2013), segundo documentário de Jane Gillooly.
A partir de uma maleta contendo fitas de áudio e alguns slides que comprou pelo e-Bay na internet, a cineasta reconstruiu uma história de amor proibida nos anos 1960. As fitas somam 60 horas de gravações feitas por Tom e Jeanne, dois amantes que registravam todos os detalhes de seus anseios e angústias nestas fitas que se tornam uma espécie de confidente, testemunhas e participante da infidelidade do marido, revelando inclusive detalhes sexuais entre ele e sua amante.
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