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Festivais

7o Janela (2014) – dia 8

No espaço ninguem escuta seu grito

Por Luiz Joaquim | 31.10.2014 (sexta-feira)

Houve uma época em que filme de terror era apena filme de terror, e filme de ficção científica era apenas filme de ficção científica. Daí, em 1979, surgiu “Alien: O Oitavo Passageiro” e os dois gêneros nunca mais foram os mesmos. Para embaralhar dois padrões de idioma cinematográfico a ponto de nunca mais estranharmos a comunhão destas duas estéticas só mesmo com extrema competência.

Com este seu segundo filme, o diretor Ridley Scott – então egresso da publicidade britânica – agradou não apenas os estúdios da 20th Century Fox, arrecadando US$ 60 milhões em 1979 (contra os US$ 11 milhões que custou), como também a crítica mundial.

Por um combinação inspirada entre a direção de arte de Roger Christian e Leslie Dilley (de Superman, Os Caçadores da Arca Perdida, Um Lobisomen Americano em Londres, O Império Contra-Ataca) com a trilha sonora de Jerry Goldsmith e o talento de atores como Sigourney Weaver (aos 29 anos), Veronica Cartwright, John Hurt, Ian Holm, Tom Sherritt, Yaphet Kotto e Harry Dean Stanton (visto em “Paris, Texas”), “Alien” dava partida a uma novo padrão para a ficção científica no mundo.

No enredo, os sete tripulantes da nave espacial comercial Nostromo acordam da hibernação para voltar à Terra, quando recebem um sinal de um planeta e decidem investigar. Uma vez lá, um de seus tripulantes é infectado e, no seu organismo, leva à bordo uma criatura que se desenvolve rapidamente, passando a exterminar um a um brutalmente.

BRASIL
Não é só Hollywood que cria ficção-científica empolgante. Hoje mesmo, na programação do 7º Janela (às 18h20 no São Luiz), veremos em “Branco Sai, Preto Fica” o diretor Adirley Queirós contar uma história real e cruel ocorrido há quase 30 anos na Ceilândia (cidade satélite de Brasília) enquanto mescla a tragicômica trama de Dimas Cravalanças (Dilmar Durães).

O nosso heroi Cravalanças vem do futuro em busca de justiça. Ele tenta encontrar Sartana, jovem desaparecido num baile black “Quarentão” em 1986, após violenta batida policial que o vitimizou. Dali, saíram os amigos Marquim e Shockito, mas saíram marcados para o resto da vida

Com esta espécie de “docficção-científica”, Adirley reforça a ideia de ser um gênio da raça ao usar o cinema como instrumento de questionamento contra injustiça social. Seu filme é como a bomba atômica que Marquim e Shockito constrõem, feita a base de black music e tecnobrega, aqui representada pela ótima “Dança do Jumento”, musiquinha que você saíra cantando ao final da sessão.

SEQUÊNCIAS – “Alien” virou uma febre no mundo e em Hollywood. Da terra do cinema surgiram diversas sequências. Algumas boas (“Aliens, O Resgate”, 1986) e outras infames (“Alien 3”, 1992; “Alien: A Ressuceição”, 1997) todas estas com Sigourney Waever, além de “Alien vs. Predador” (2004) e “Aliens vs. Predador 2” (2007).

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