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Críticas

Annabelle

Chucky de saias

Por Luiz Joaquim | 08.10.2014 (quarta-feira)

Primeira informação importante às leitoras a respeito do terror “Annabelle” (EUA, 2014): se você estiver grávida, passe longe deste filme. Explica-se: a produção dirigida por John R. Leonetti, que a partir de amanhã estará nos cinemas do Brasil, tem em sua mais perturbadora sequência o ataque por uma seita de fanatismo religioso a uma jovem em gravidez adiantada.

Para além dessa sequência, “Annabelle” não passa de um pequena junção de clichês do gênero. Mesmo sabendo administrar bem os mecanismo do medo pelo idioma cinematográfico, Leonetti não tem no roteiro de Gary Dauberman estofo o suficiente para injetar horror e adrenalina no espectador. Não é à toa que o maior pavor do filme não vem dos eventos sobrenaturais nele, e sim dos eventos violentos de seus psicopatas.

Não é difícil entender a fraca potência de “Annabelle”. O filme nasce como uma espécie de filmes de sustentação para a franquia “Invocação do Mal”, produzido por US$ 13 milhçoes pela Warner Bros em 2013, sob a direção de James Wan.

Antes mesmo de tornar-se o sucesso que foi, a Warner já anunciará uma sequência para 2015 (dia 23/10) de “Invocação…”, também dirigida por Wan e protagonizada pelo mesmo elenco – Patrick Wilson e Vera Farmiga. Disponibilizando US$ 5 milhões (orçamento nanico para os padrões hollywoodianos), a Warner entregou a Leonetti (mais conhecido como diretor de fotografia) a missão de fazer “Annabelle” para preencher a memória do espectador em 2014 com a lembrança do primeiro “Invocação…”.

Daí a criação dessa chamada “pré-sequência”, ou seja, dessa história que explicaria a razão pela qual a boneca de “Invocação…”, como a conhecemos, foi amaldiçoada.

Annabelle é o nome de uma boneca que a grávida do filme, Mia (Annabelle Wallis), ganha de seu jovem marido, o estudante de medicina John (Ward Horton) no final dos anos 1960. As seitas religiosas, como as de Charles Manson, são notícas no telejornal e, após sua casa ser invadida, sua boneca preferida é amaldioçada fazendo com que fenômenos estranhos perssigam o casal.

Em função da época do ano e do protagonismo por uma mãe desesperada, “Annabelle”, o filme, está dentro do espírito de “O Bebê de Rosemary” (1968), mas bem longe das sutilezas da obra de Polanski. Ao contrário das sutilezas, “Annabelle” é o típico filme que a platéia desconfia do que vai acontecer antes que aconteça. O resultado é uma filme no estilo antigo e cansado de horror.

ORIGEM – Em 2013, “Invocação do Mal” foi ums dos grandes sucessos (proporcionalmente) de bilheteria no ano. Custou US$ 20 milhões e arrecadou US$ 137 milhões. Foi vendido como a reprodução de uma história real de maldição que pertubou um casal e suas cinco filhas no início dos anos 1970. As explicações científicas dadas por um casal de investigadores paranormais ajudaram a estimular a imaginação dos espectadores e tornar o filme numa febre.

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