Classroom 6
Hollywood pelas mãos de um recifense
Por Luiz Joaquim | 05.10.2014 (domingo)
Dia 20 de outubro, os recifenses irão conhecer o cinema de um pernambucano diferente daqueles a que estão habituado. Jonas Odenheimer Lucena, 28 anos, passou os oito últimos vivendo no exterior. Há quatro anos na Califórnia (EUA), deu vazão a sua paixão primeira, o cinema, e já assinou dois filmes por lá. O curta-metragem “The Interview” e o longa “Classroom 6”, que em abril foi exibido no “Fright Nights Festival” em Viena, e tem premiere nos EUA dia 19 de outubro no Fear Fete, no Mississippi. Um dia depois (20/10), a produção ganha uma sessão no Recife, às 19h30 no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, com a presença de Jonas para um debate.
“Sai do Recife e fui trabalhar no ramo da hotelaria na Europa. Daí fui morar na Tailândia e trabalhava em frente a uma produtora independente de cinema. Eu sempre passava por lá e acabei me envolvendo, ajudando algumas produções fazendo o still (fotografia para divulgação de filmes) de algumas produções, até realizar meu próprio curta por lá”, conta, referindo-se a “The Whispering”.
Já na Califórnia, Jonas conheceu uma produtora iniciante que nem tinha endereço físico. Se envolveu com projetos como o “Counterpunch” (2013), com o ator Danny Trejo (o “Machete”) para o qual fez o making of (registro audiovisual sobre os bastidores de filmagens. No meio tempo, desenvolvia projetos pessoais, como o curta de suspense “The Interview”.
“Passei a circular pelos estúdios da Universal e também conheci uma pessoa que queria investir em cinema mas não tinha tantos recursos assim. Falei para ele que tinha uma maneira de fazer um filme barato. Eu conhecia uma escola em Los Angeles que ficava fechada entre 22h e 6h da manhã. Daí escrevi, produzi e dirigi em três noites -Classroom 6-; é um suspense no estilo de -A Bruxa de Blair- e se passa numa escola mal assombrada”, adianta.
“Eramos cerca de 15 pessoas na equipe, já incluindo os seis atores principais e quatro figurantes. O processo mais demorado foi o seleção do elenco. Colocamos anúncios e muitas pessoas apareceram. Lá tem muita gente iniciando que topa muito trabalho. Foram três meses de seleção”, recorda. “Filmamos na ordem cronológica dos acontecimentos e até falei aos atores que naquela escola realmente havia acontecido coisas estranhas”.
“Classroom 6” abriu novas possibilidades para Jonas, que tem novo projeto de um longa-metragem a ser rodado nos EUA em 2015, para onde deve voltar em dezembro. E enquanto está no Recife, quer aproveitar ao máximo para conhecer o cenário cinematográfico da cidade. “Quando saí daqui, não conhecia ninguém envolvido com cinema, você (referindo-se a este repórter) é a 10ª pessoa da área com quem já conversei. Pernambuco tem apresentado muitas possibilidades e também quero conhecê-las”, encerrou.
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