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Críticas

O Juiz

Embate de talentos em filme mediano

Por Luiz Joaquim | 06.10.2014 (segunda-feira)

O enredo de “O Juiz” (The Judge, EUA, 2014), filme de David Dobkin que estreia hoje, tem todos os ingredientes que Hollywood adora. O advogado de sucesso que cresceu independente, o retorno desse advogado a honesta e modesta família interiorana, e o conflito e posterior reconciliação deste filho com seu pai.

Partenidade (e suas responsabilidades) é uma palavra definidora nesta história em que o frio e milionário advogado Hank (Robert Downey Jr, aqui sem caretas) vive o inferno de uma separação conjugal a partir da traição de sua esposa. Pai de uma garotinha com cerca de oito anos (Emma Trembley), Hank precisa lidar com o divórcio ao mesmo tempo que retorna ao interior de Minnesota para enterrar a mãe após 20 anos distante do família formada pelo pai, o respeitado juiz Palmer (Robert Duvall, sempre magistral), e seu irmão mais velho, além do caçula com problemas mentais.

Neste retorno, em que nem Hank nem o septuagenário e doente Palmer dão o braço a torcer por conflitos do passado, um acidente envolve o mais velho. O evento obriga o filho a defendê-lo. Nisto, “O Juiz” segue não apenas como um claro melodrama familiar mas também reúne ingrediente próprios de outro gênero querido pela América, o dos filmes de tribunal.

“O Juiz”, primeiro filme não-cômico de Dobkin, consegue prender o interesse do espectador por bons 2/3 de sua longa duração de 141 minutos, mas despenca ladeira abaixo quando nos momentos cruciais abusa da trilha sonora e diálogos açucarados que não combinam com a inteligência que os personagens vão desenhado até seu desfecho. A bandeira norte-americana hasteada e o espírito de justiça na cadeira vazia de um juiz ético é tudo o que os EUA mais gosta de ver no seu cinema. Nenhum problema com os temas, se o filme fosse mais coerente do início ao fim.

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