O Mago das Artes: Lula Côrtes
Resgate da arte de Lula Côrtes
Por Luiz Joaquim | 15.10.2014 (quarta-feira)
Em março de 2011 Pernambuco perdeu um de seus talentosos filhotes. Era o multiartista Lula Côrtes que, aos 61 anos, nos deixava e, naturalmente, começava a estimular a imaginação de produtores para criar projetos que resgatassem seu legado. Uma das pessoas que passou a receber muitas demandas sobre a obra de Lula foi uma de suas companheiras, a cineasta Katia Mesel. Depois de ouvir vários conselhos sobre sua responsabilidade em criar ela própria um trabalho sobre a arte de Lula, Kátia finalmente assumiu a tarefa de desenvolver o curta “O Mago das Artes: Lula Côrtes”, que tem lançamento hoje, com entrada franca às 20h30, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.
“Logo após a morte de Lula, umas seis pessoas vieram me pedir autorização para lançar um CD com suas músicas, ou para desenvolver peças de teatro, enquanto que outras diziam que eu mesma deveria assumir um projeto de resgate. Acabei aceitando o desafio e em 2013 fomos contemplados com a finalização pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) para um curta que inicialmente teria 15 minutos mas cresceu e ficou com 23”, recorda a diretora.
Katia conta que, na verdade, em sua pesquisa angariou material para constituir um longa-metragem. “Temos hoje fôlego para montar algo em torno de 60 minutos de direção, mas decidi não usar nesse momento as ações sociais nas quais ele se envolveu, trabalhando inclusive com favelas”, revelou.
O que se mostra hoje à noite está interessado, portanto, em sua produção artística. Nós faz olhar para ela através de diversos materiais de arquivo que a cineasta já possuía e outros que buscou livremente ou que lhe chegava naturalmente pelos amigos. “Há desde filmes em Super8 dos anos 1970, muitos em mau estado, até registros do programa de tevê -Pernambucano da Gema-, de 1991. E por aí segue adiante, incluindo imagens que captourei da internet”, adianta.
Para Kátia, independente da qualidade técnica, algumas imagens são mais valiosas como registro do discurso de Lula de que como beleza estética. “A única coisa que senti falta foi da legendagem, que acabei por incluir em todo o filme e, dessa forma, até contemplamos um outro espectador”.
Pontuando as imagens de arquivo, a diretora do curta – cuja montagem e finalização contou com Sérgio Feliciano – também buscou depoimentos de especiastas que balizassem o que é mostrado. “Fomos a São Paulo e conversamos com, por exemplo, Paulo Klein e Jarbas Marins, além de Daniel Beleza e Raul Córdola. São amigos queridos que nos conhecem desde os anos 1970. Com seus depoimentos podemos entender o alcance da obra de Lula “, concluiu.
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