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Festivais

7º Janela (2014) – premiação

-o melhor Janela de todos-, diz sua produção

Por Luiz Joaquim | 03.11.2014 (segunda-feira)

O 7º Janela Internacional de Cinema do Recife nem havia encerrado na noite de sábado mas seu curador, Kleber Mendonça Filho, era categórico: “Foi a melhor de todas as edições”. Enquanto “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante, era projetado e aplaudido de pé no cine São Luiz, Kleber e a produtora Emilie Lesclaux, na calçada do Palácio da rua da Aurora, avaliavam a performance do festival.

“Este ano a mostra competitiva gerou mais interesse do público, e tivemos uma das mais abrangentes seleções. Apenas hoje [sábado], projetamos Nagisa Oshima, William Friedkin, Camilo Cavalcante e Steven Spielberg”, dizia o curador.

A fala de Kleber encontra a de Emilie, que lembra outras edições com uma maior quantidade de títulos. “Já tivemos cerca de 160 filme exibidos por edição contra os 130 deste ano, mas agora houve um acréscimo considerável de longas-metragens”, disse.

E, mesmo sendo a qualidade de sua programação mais importante do que a quantidade de obras que apresenta, o Janela inaugurou dois novos espaços no seu raio de ação. Kleber destacou o Portomídia, no Bairro do Recife, como “perfeito espaço de convergência para conversas e oficinas”, como a realizada pelo fotógrafo Affonso Beato.

Estão satisfeitos os pais do Janela e seu público também. Qual prova maior de carinho que a da estudante de letras Kelly César, 30 anos, a primeira a “plantar-se” na porta do São Luiz desde às 19h30 para assistir a sessão de “Caçadores da Arca Perdida”, às 22h45. Habitué do festival há três anos, Kelly havia passado, uma semana antes, 7h30 na fila para compra antecipado o ingresso para conferir a primeira aventura de Indiana Jones.

Já a designer Aline Évora, 26, trouxe a mãe, Rosimere Aragão, não apenas para curtir o filme mas para apreciar a beleza do São Luiz depois de restaurado. Não vi “Os Caçadores…” no cinema, mas vinha muito ao São Luiz nos anos 1960”, lembrou Dona Rosimere.

Outro família unida na enorme fila do São Luiz era a do pai Roberto Fonseca, 51, com o filho Nuno Aimar. “Vi todos os clássicos desta edição”, dizia com orgulho o jovem, enquanto Roberto lembrava de como “pulava” de um cinema para o outro no centro do Recife nos anos 1970. “Ia do São Luiz, para o Moderno, de lá para o Trianon e depois para o Ritz e Astor. E sim, eu vi ‘Os Caçadores…’ quando foi lançado”, concluiu.

PREMIAÇÃO – O 7º Janela divulgou na tarde de ontem os contemplados da competição 2014. Entre os longas-metragens, para o júri formado pelo curador Chris Stults, o produtor João Vieira Jr, e o crítico José Geraldo Couto, o melhor título foi “A professora do Jardim da Infância”, de Nadav Lapid.

Gabriel Mascaro foi o melhor diretor por “Ventos de Agosto”, que também foi lembrado como o melhor som. Já o argentino “Jauja” ganhou título de “Melhor Imagem”, enquanto o prêmio de montagem ficou com “Casa Grande”, de Fellipe Barbosa.

Na categoria curta-metragem, o melhor brasileiro foi o mineiro “Quinze”, de Maurílio Martins; a melhor imagem “Nua por Dentro do Couro”, de Lucas Sá; som ficou com “O Bom Comportamento”, de Eva Randolph; montagem foi para “A Era do Ouro”, de Leonardo Mouramateus; e “O Lugar Mais Frio do Rio”, de Madiano Marcheti, ganhou menção honrosa. Entre os estrangeiros, o melhor curta foi o alemão “A Galinha”, de Una Gunjak.

JOÃO SAMPAIO – O Janela instituiu este ano o prêmio “João Carlos Sampaio para “Filmes Finíssimos que Celebram a Vida”, em homenagem ao crítico de cinema baiano falecido em maio último. O longa cearense “A Misteriosa Morte de Pérola”, de Guto Parente foi o escolhido. “João tinha interesse por um cinema criativo, verdadeiro. E gostava de estimular os jovens cineastas”, justificou a organização do festival.

MAIS PREMIAÇÃO – ABD/Apeci também concedeu prêmios aos curtas “Quinze” (1º lugar) e “Noites Traiçoeiras”, do pernambucano João Lucas. Já a Fepec lembrou o cubano-paulista “Si no Se Puede Bailar, Esta no Es mi Revolución” de Lillah Hallah.

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