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Críticas

Interestelar

Em busca de um mundo melhor

Por Luiz Joaquim | 06.11.2014 (quinta-feira)

É o futuro. Um futuro próximo e, claro, o meio-ambiente está aceleradamente degradado. Em meio século talvez ele não possa mais ser um lugar saudavelmente habitável para a humanidade e neste “Interestelar” (Interstellars, EUA, 2014), novo filme de Christopher Nolan, uma solução é encontrar um outro planeta parecido com a Terra, em outra galáxia, para habitarmos.

Em suas duas horas e 50 minutos de duração, Nolan tenta nos convencer com este filme sobre algumas questões que a física hoje não consegue provar, apenas desconfia. A começar pelo chamado “buraco de minhoca”, que pode ser traduzido como um atalho – que está, no caso do filme, perto de Saturno – e levaria a uma outra galáxia na qual pressupõe-se existirem alguns planetas com potencial de acolher a vida humana.

E talvez seja este o grande pecado de “Interestelar”. Por alimentar o espectador com um excesso de “explicações científicas” para nos convencer daquilo que será feito ali como possível, desde que os astronautas corram risco – daí os momentos de tensão que justificam uma produção como esta.

O exemplo maior de que toda as justificativas “científicas” ditas pelos astronautas em questão são frágeis aparece quando um deles, a Dra. Amélia (Anne Hathaway), tenta convencer o piloto Cooper (Matthew McConaughey) – e a nós – com argumentos científicos que as intuições do amor podem ser tão precisas quanto um registro comprovado pela física.

Amélia e Cooper estão acompanhados de outros dois cientistas (Wes Bentley e Marlon Sanders) além dos robôs Tars e Case. Todos estão a bordo de uma aeronave que os leva para recolher dados deixados por outros cientistas da NASA. Eles foram em segredo para a mesma missão e nunca retornaram.

Missão secreta tocada pelo Dr. Brand (Michael Caine) – também pai de Amélia – porque a opinião pública não deixaria o governo americano investir dinheiro em incertas experiencias espaciais quando o país morre de fome. Afinal, o filme está no futuro, mas foi realizado no governo Barack Obama.

“Interestelar” procurar deixar a história mais próxima do espectador comum pela figura de Cooper. Um ex-piloto que vai parar na estação secreta da NASA com a ajuda da filha de dez anos, Murphy (Mackenzie Foy). Sendo reabilitado para partir na missão sem garantias de regresso, o viúvo Murphy precisa se despedir dos filhos e do pai (John Lightow). A única esperança de reencontro com a família é pela Lei da Relatividade, que com a viagem intergalática pode (caso aconteça) trazer Cooper à família até mais jovem do que eles estarão nesse futuro reencontro.

Ao final, “Interestelar” soa como um filme que se utiliza da ficção-científica, abusando da paciência do espectador, para criar imagens deslumbrante – que não consegue fugir visualmente, em alguns momentos, do clássico “2001: Uma Odisseia no Espaço” -, e daí falar do amor familiar. O foco está entre pai e filha, seja no amor a toda prova de Cooper por Murphy, ou no de Amelia pelo Dr. Brand.

ELENCO – Além dos talentos de McConaughey (bem), Hathaway (esforçando-se), Caine e a jovem Mackenzie Foy estão em cena também Casey Affleck, Matt Damon e Jéssica Chastain com Ellen Burstyn. Estas últimas em personagens que, se revelados, podem estragar algumas surpresas de “Interestelar”.

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