Entre as mais de duas dezenas de mostras de cinema que Pernambucano hoje observa e celebra ao longo dos 12 meses do ano, apenas três surgiram num momento anterior ao entusiasmado e crescente ambiente de incentivo ao audiovisual que o Governo do Estado proporciona há cerca de uma década.

O mais antigo é o “Cine-PE”, nascido em 1997 e com 18 anos completos em 2014. Depois veio, em 1998, a mostra “Expectativa/Retrospectiva” da Fundaj (cuja edição 17 inicia próxima quinta-feira); e, em 1999, surgiu o Festival de Vídeo de Pernambuco – cuja nomenclatura mudou em 2012 para “FestCine” – hoje dando partida no cinema São Luiz a sua 16ª edição.

Entre todos, o FestCine é certamente o mais democrático do ponto de vista da exposição para as produções locais. Desde das primeiras edições, no saudoso Cineteatro do Parque, o festival reunia e apresentava não apenas títulos de pretensos cineastas (que depois tornariam-se profissionais do cinema como Pedro Severien, Daniel Aragão, Marcelo Lordello, Gabriel Mascaro, Marcelo Pedroso, Daniel Bandeira), como de estudantes de comunicação, ou simplesmente de diletantes na produção audiovisual.

E tudo indica que o evento ainda não perdeu esta sua vocação. Para Carla Francine, coordenadora de Audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco, “nos 84 trabalhos inscritos para a competição, destaca-se a qualidade técnica e artística, incluindo obras de cineastas consagrados como também realizadores que participam pela primeira vez”, observa.

Um dos estímulos aqui são os 17 prêmios em dinheiro, que totalizam R$ 66 mil, divididos em duas categorias e seis segmentos: uma é a competitiva “Geral” (dividida em animação, documentário, experimental, ficção e videoclipe), a outra “Formação” (documentário e ficção).

Nesta 17ª edição, de hoje até sexta-feira (sempre iniciando às 19h), o festival vai apresentar 61 filmes; além de promover quatro oficinas distribuídas em pontos descentralizados.

Em Olinda (bairro de Ouro Preto) Marlon Meireles ministra aulas sobre documentário; no Centro de Atendimento Socioeducativao de Jaboatão dos Guararapes, Mauro Lira e Shirley Hunther dão aulas sobre cineclubismo; já Tiago Delácio ensina animação na Faculdade Joaquim Nabuco (Recife); enquanto o jornalista André Dib compartilha sua experiência falando de crítica de cinema no mesmo local.

O 17º FestCine também presta homenagens. Estarão em foco o cineasta e militante cultural Lula Gonzaga, pioneiro do cinema de animação em Pernambuco; e a atriz Adriana Falangola (Dona Dindi), única atriz remanescente do Ciclo do Recife, feito nos anos 1920 por pioneiros do cinema local, como Ugo Falangola (seu pai), criador da Pernambuco Filmes.

SEMINÁRIO – O 17º FestCine oferece o seminário “Cinema e Educação: Uma reflexão sobre a aplicação da Lei Nº 13.006/2014”, com o objetivo de discutir com professores a obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais nas escolas. Acontece na quinta-feira (4) a partir das 9h na Faculdade Joaquim Nabuco