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Críticas

Depois da Chuva (2014)

Juventude revolucionária

Por Luiz Joaquim | 17.12.2014 (quarta-feira)

A 17ª mostra Expectativa/Retrospectiva do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco segue hoje em seu 14ª dia, promovendo seu 9º debate com diretores de cinema. Acontece após a exibição do filme “Depois da Chuva” (às 20h) , longa-metragem de estreia de Cláudio Marques e Marília Hughes.

Vencedor do trofeu Candango de melhor roteiro e ator (o iniciante Pedro Maia) no 46º Festival de Brasília, em 2013, “Depois da Chuva” apresenta uma Salvador diferente daquele a qual a mídia está habituada a vender. O drama, na verdade, serve como um retrato brasileiro da juventude que cresceu nas inquietaçoes políticas do País nos anos 1980.

Numa comunhão de perfeito equilíbrio, o casal Cláudio e Marília faz seu filme focar nas transformações pelas quais passam o garoto Caio ( o excelente Pedro Maia) com o reflorescer da democracia do Brasil de 1984, em plena ebulição nacional pelas “Diretas Já!”

Ali pelos 14 anos de idade, Caio, filho de pais ricos e separados, identifica-se com a anarquia e o espírito punk. Na escola, corre uma disputa pela eleição do grêmio, como um exercício de democracia, e ele conhece uma garota (Sophia Corral). Ela á única pessoal que desestabiliza suas primeiras convicções. Que lhe põe medo. Seu primeiro amor, enfim.

Cláudio e Marília mostram assim, em sua estreia num longa, uma extrema sensibilidade cinematográfica. Ela aparece principalmente no comando firme de uma direção com referências explícitas, inclusive, ao filme “Água Fria” (1994), de Olivier Assayas.

Só para ficar no elogio óbvio, que todos farão sobre “Depois da Chuva”, temos aqui um trabalho que relativiza a popular imagem da Bahia, resgatando um espírito roqueiro cuja pesquisa musical do filme embala a todos que o assiste, nos lembrando de bandas punk, como a baiana Crac, e outras mais conhecidas como a pós-punk Patif Band. “Depois da Chuva” é, assim, uma ode à juventude e ao espírito transformador inerente desse precioso momento da vida.

O cineasta Cláudio Marques está no Recife especificamente para participar do bate-papo com o público do Cinema da Fundação na noite de hoje.

PROGRAMAÇÃO – Os outros títulos da programação de hoje na motra da Fundaj são o documentario “Ilegal” (às 14h); “Ninfomaníaca: Parte 2” (15h50); E o premiado “Hoje eu Quero Voltar Sozinho” (18h10), indicado do Brasil para brigar por uma vaga no Oscar 2015 de filme estrangeiro.

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