O Universo de Miyazaki / Otomo / Kon (MOK)
Animação japonesa em destaque no Recife
Por Luiz Joaquim | 02.12.2014 (terça-feira)
Que presente a Caixa Cultural oferece a partir de hoje aos interessados em anime (ou animê). Aos não iniciados, “animê” é como o Ocidente se refere às animações feitas no Japão. É a partir de três grandes mestres da animação de lá que a instituição formou a mostra “O Universo de Miyazaki / Otomo / Kon (MOK)”, evento que segue até 13 de dezembro exibindo 18 longas-metragens, além de oferecer atividades paralelas como oficina de mangá, curso e debate. Os encontros acontecem na av. Alfredo Lisboa, 505 (Marco Zero), com exibições diárias, às 14h30 ou 15h, e às 17h e 19h, ao preço de R$ 2 e R$1 (meia).
É a grande chance do publico local conhecer de forma concentrada e focada os trabalhos de Hayao Miyazaki (fundador do Studio Ghibli), Katsuhiro Otomo (do clássico “Akira”, 1988) e Satoshi Kon (“Paprika”, 2006).
Com curadoria do pesquisador e diretor de cinema Jansen Raviera (RJ) e da produtora cultural e Simone Evan (RJ), a mostra destaca particularmente a importância de Miyazaki, trazendo dez de seus filmes, com uma seleção pela qual pode se perceber claramente a evolução do Studio Gibli. No leque de títulos, temos desde o primeiro filme oficial do estúdio – “O Castelo do Céu” (1984) – até “Vidas ao Vento” (2014), lançado no Brasil e anunciado como sua despedida do cinema.
Entre um e outro, a Caixa Cultural também traz obras importantes como “Meu Vizinho Totoro” (1988), o ganhador do Oscar “A Viagem de Chihiro” (2001) e “O Castelo Animado” (2004) entre outros títulos tidos como dos mais importantes da animação japonêsa.
“O trabalho inovador e inspirador de Miyazaki abriu caminho para que outros artistas imprimissem traços mais autorais aos seus trabalhos. É o caso de Katsuhiro Otomo e Satoshi Kon com o impactante “Atriz Milenar” (2001). Esse viés autoral da cinematografia de animação nipônica será o grande destaque da MOK, que oferece ao público a oportunidade de imergir nos universos encantadores desses criadores”, explicam os curadores.
Nas palavras de Jansen e Simone, “a animação japonesa transformou-se ao longo das últimas décadas numa indústria pungente, em especial a partir das séries produzidas para a televisão. Para alguns artistas, a produção em massa desses trabalhos limitou a exploração de temas mais profundos e poéticos, fazendo-os buscar novas abordagens temáticas e estéticas no cinema. Entre os principais expoentes dessa corrente estão os três contemplados da mostra”, explicam.
Além das projeções, o debate “Miyazaki, Otomo e Kon: Clássicos ou Transgressores?” deverá agitar o espaço no Recife Antigo a partir das 19h15 de hoje. Quem apresenta a questão é o diretor de arte e ilustrador Silvio Oliveira e o animador 2D e game designer Rafael Valle Barradas. Ambos debatem sobre os olhares dados às obras dos cineastas. A entrada é gratuita e as senhas serão distribuídas uma hora antes.
OFICINA – A produção de mangás (história em quadrinhos japonesas) terá uma oficina ministrada por Dilermano Santos dentro do MOK. Ele dará noções básicas sobre a narrativa no estilo nipônico, abordando aspectos estéticos dos três diretores em destaque, além de disponibilizar que os alunso produzam seus próprios mangás. Acontece entre quinta (4) e sábado (5), das 16h às 17h. Inscrições, para pessoas acima de 14 anos que tenham conhecimento básico de desenho, pelo site (www.nuage.art.br/mok).
CURSO – A Caixa Cultura também oferece “O Universo de Hayao Miyazaki”. Um curso ministrado pelo curador da mostra, Jansen Raveira junto a estudiosa do cineasta, a professora Janete Oliveira. Na pauta, quatro tópicos: “Cultura japonesa e mitologia na obra de Miyazaki”; “Miyazaki e suas metáforas”; “O Studio Ghibli e a indústria do anime”; e “Um velho mundo idealizado”. As aulas acontecem de amanhã até sábado (6) das 17h às 18h. Inscrições no site (www.nuage.art.br/mok).
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