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Críticas

Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo

Derrubados pela ambição

Por Luiz Joaquim | 22.01.2015 (quinta-feira)

Alguns filmes trazem muitas surpresas além do óbvio “final revelador” que é tão desejado pela maioria dos espectadores. No caso de “Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo” (Foxcatcher, EUA, 2014), de Bennett Miller, além de um final assustador temos por toda a sua extensão boas surpresas; acontecendo a melhor delas quando percebemos a participação de Steve Carrell, Mark Ruffalo e mesmo a de Channing Tatum nesse grande filme sobre a fixação pela vitória, sobre tirania, e carência afetiva.

O problema é que filmes tão celebrados no mundo como este (merecidamente), chegam ao Brasil com tais surpresas já mastigadas, principalmente pelos holofotes do Oscar. É por isto que o espectador desavisado aqui sairá mais impactado quando reconhecer o habitualmente cômico Carrell (“O Virgem de 40 Anos”) na pele do complexo personagem John Du Pont (1938-2010).

Pertencente a uma das famílias mais ricas e tradicionais da América, John era também conhecido pela ornitologia, filatelismo e filantropia. Mas sua grande paixão era a luta greco-romana. Esporte que os EUA em 1987 – época em que transcorre a história – tinha como heróis os irmãos David (Ruffalo) e Mark (Tatum) Schultz, medalhistas na competição de 1984 em Los Angeles.

John decide “adotar” o irmão mais novo Mark, dando o conforto que ele nunca teve não para prepará-lo para as olimpíadas de 1988 em Seul, mas para conseguir, a todo custo, a medalha de ouro olímpica. Este “todo custo” é que cria as tensões em “Foxcatcher”, entre elas o estranhamento que surge entre o psicologicamente frágil Mark (que sempre viveu a sombra do irmão mais velho) contra o seguro e feliz mais velho David.

“Foxcather”, o filme, é um espetáculo hipnótico e muito dessa conta cabe ao talento de Carrell que com seu John Du Pont deixa claro com muito pouco e precisos gestos que uma “bomba atômica” de descontrole está prestes a explodir por trás da figura lacônica e gentil que ele parece ser. O espectador desavisado – mais uma vez ele – será aquele que sairá mais impactado com o que o filme revela sobre até onde pode chegar um homem que sempre teve tudo.

OSCAR – “Foxcatcher” concorre a cinco Oscars dia 22 de fevereiro: Ator (Steve Carrell); Ator coadjuvante (Mark Ruffalo); direção (Benett Miller); roteiro original (E. Max Frye e Dan Futterman); e maquiagem (Bill Corso e Dennis Liddiard).

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