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Críticas

O trimestre dos bons filmes

Whiplash, Livre, Depois da Chuva, Pinguins, Invencível

Por Luiz Joaquim | 15.01.2015 (quinta-feira)

Atenção: começou a temporada de premiações nos EUA, incluindo o Globo de Ouro (domingo passado) e o Oscar – cujo anúncio dos candidatos será divulgada nesta manhã. E se há um benefício nestas “corridas” hollywoodianas é a enxurrada de títulos um tanto mais interessantes sendo lançados num circuito comercial viciado em super-herois, vampiros, e animações infantis. De hoje até março, portanto, os interessados em cinema devem manter-se atentos aos lançamentos que trarão filmes não só com temáticas originais mas também, alguns deles, de beleza cinematográfica concreta. Para começar, o CinemaEscrito comenta os cinco títulos que estreiam já hoje nas salas do Grande Recife. Confira.

Depois da Chuva
(em cartaz no Cinema da Fundação)
Premiado pelo roteiro e pelo ator Pedro Maia no Festival de Brasília de 2013, estréia o soteropolitano “Depois da Chuva” (Bra., 2013). Os diretores Cláudio Marques e Marília Hughes focam aqui as transformações pelas quais passam Caio (Maia) com o reflorescer da democracia no Brasil durante as inquietações políticas do País em 1984. Ali pelos 14 anos de idade, Caio, filho de pais ricos e separados, identifica-se com a anarquia e o espírito punk. Na escola, corre uma disputa pela eleição do grêmio, como um exercício de democracia, e ele conhece uma garota (Sophia Corral). Ela á única pessoal que desestabiliza suas primeiras convicções. Que lhe põe medo. Seu primeiro amor, enfim.

Os Pinguins de Madagascar
(em cartaz nos multiplex)
Após ofuscarem o brilho da zebra Marty, da hipopótamo Glória, da girafa Melman e do Leão Alex na franquia da animação “Madagascar” (2005-2012), chegou a tão esperada hora dos holofotes focarem apenas as pequenas e gorduchas aves Capitão, Kowalski, Rico e Recruta em “Os Pinguins de Madagascar” (Penguins of Madagascar, EUA, 2015), dirigido por Simon J. Smith e Eric Darnell (o mesmo da franquia anterior). Mas, infelizmente como seus próprios protagonistas, o filme solo do quarteto invocado parece nunca decolar. Num ritmo alucinado demais para as crianças e bobo demais para os adultos, a produção fica perdida num limbo ao mostrar como os pequenos heróis irão destruir o plano do malvado polvo Dave.

Invencível
(em cartaz nos multiplex)
Os nomes Ethan e Joel Coen aparecem nos creditos do roteiro adaptado para “Invencível” (Unbroken, EUA, 2014). E é com essa informação que este segundo longa-metragem dirigido por Angelina Jolie ganha interesse para quem gosta do bom cinema. Diferente de seu ruim “Na Terra de Amor e Ódio” (2011), com “Invencível” Jolie parece ter aprendido, principalmente com Clint Eastwood, que nunca deve nos afastar do drama de seu protagonista. No caso o atleta olímpico Louis Zamperini (Jack O’Connell) que sofre um acidente de avião e cai em pleno mar, vagueando por 47 dias até ser resgatado por japoneses que o torturam como um prisioneiro da Segunda Guerra. A história é real, o que a torna ainda mais assustadora.

Livre
(em cartaz nos multiplex)
Sempre lembrada como a loirinha vaidosa de valores “cor-de-rosa”, graças ao filme “Legalmente Loira”, a atriz Reese Witherspoon tem neste “Livre” (Wild, EUA, 2014) a chance de mudar tal estigma, pois é totalmente fora do padrão de beleza que a vemos neste novo filme de Jean-Marc Vallée – o mesmo oscarizado em 2013 por “Clube de Compras Dallas’. Adaptado da história real vivida por Cheryl Strayed, que em 1995 caminhou 1.500 quilômetros por três meses na trilha desértica da Pacific Crest Trail, o filme segue basicamente Witherspoon superando obstáculos selvagens e seus próprios receios de garota que perdeu a mão (Laura Dern, ótima) tendo com isto também perdido seu rumo na vida.

Whiplash: Em Busca da Perfeição
(em cartaz no Cine Rosa e Silva)
Considerado o favorito na corrida pelo Globo de Ouro de ator coadjuvante por “Whiplash: Em Busca da Perfeição” (EUA, 2014), J. K. Simmons cumpriu seu favoritismo no domingo (11), e deve aparecer hoje na lista dos indicados do Oscar. Neste primeiro filme de Damien Chazelle, Cumming é Fletcher, o temido professor de música da mais importante escola dos EUA. Duro como o sargento Hartman de “Nascido para Matar”, Fletcher humilha os alunos de seu conservatório e entre eles está o solitário Andrew (Miles Teller), que alimenta a determinação de ser o melhor baterista de jazz de sua geração, mesmo que isso comprometa sua vida familiar, a amorosa e sua saúde. O filme é um tesouro, e vem embalado com o melhor da música.

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