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Reportagens

Pernambuco na Ancine?

Conquistas da gestão em Pernambuco seriam exemplos a aplicar na SAV

Por Luiz Joaquim | 25.01.2015 (domingo)

Nos próximos dias, em Brasília, o Ministro da Cultura (MinC), Juca Ferreira, estará recebendo uma carta diferente. Assinada por nomes expressivos do cinema brasileiro – oriundos de Pernambuco, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, entre outros – a carta expressa ao Ministro “a confiança e o respeito pelo trabalho desenvolvido por Carla Francine na gestão da política audiovisual de Pernambuco” e segue apontando a ex-coordenadora de audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco como o mais seguro nome a assumir a Secretaria do Audiovisual (SAV) do MinC. Carla atuou no governo de Pernambuco por oito anos e sua gestão trabalhou em prol de ganhos significativos para o setor, como a ampliação da verba do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco, que atualmente conta com mais de R$ 20 milhões.

Estimulados pelas palavras ditas por Ferreira durante sua posse no último dia 12, nas quais se referia ao Estado democrático como responsável por “criar condições de acesso, produção, difusão, preservação e livre circulação, regular as economias da cultura para evitar monopólios, exclusões e ações predatórias, e democratizar o acesso aos bens e serviços culturais”, a carta lembra que o trabalho que foi desenvolvido na área em Pernambuco é exemplar para ilustrar “caminhos novos de governança compartilhada” para cumprir o que o próprio Ministro salientou: “O audiovisual que o Brasil financia precisa estar acessível a todos os cidadãos”.

Gente como Vânia Catani da produtora carioca Bananeira Filmes (de “O Palhaço”, “A Festa da Menina Morta”), o cineasta mineiro Ricardo Targino (“Ensolarado”; “Quase Samba”), e o pernambucano Pedro Severien (“Loja de Répteis”), entre outros, já colocaram seus nomes no documento. As assinaturas continuam sendo recebidas até hoje. João Vieira Jr., da Rec Produtores, também participa do grupo que irá formatar a carta e fazê-la seguir ao Ministério. “Confesso meu empenho por esta indicação não apenas pelo mérito do incremento exponencial de recursos que o audiovisual recebeu no Estado quando Carla era a coordenadora do setor, mas pelo seu pensamento em cadeia para o assunto”, comentou Vieira Jr.

Para o produtor, houve também uma preocupação com a difusão, em criar formas alternativas para isso, como a articulação de cineclubes – “uma via que era ignorada pelos próprios produtores” -, além de estar à frente de questões legais, articulando também conselhos consultivos envolvendo a sociedade civil para pensar políticas públicas.

Orgulhosa pelo carinho da categoria, Carla Francine recebeu a notícia como um reconhecimento do trabalho que foi feito. Trabalho que ela deixou bem claro para Juca Ferreira, quando o encontrou em Brasília um dia após sua posse, ser realizado através de um coletivo. “Sempre tivemos uma constante conversa com os produtores, e essa postura afina-se ao tipo do projeto que o SAV poderá implementar”, salienta Carla.

Consciente de que seria um desafio imenso, ela acredita também que tem muito a contribuir. “Articular uma rede para que a produção nacional, que é feita com dinheiro público, seja vista pela população é essencial. E as novas tecnologias são fundamentais aqui”, disse. Outro ponto visto como primordial é a criação de marcos legais ao setor para que os mandatos políticos passem, mas a lei assegure garantias constantes ao audiovisual. “É construindo um modelo de co-gestão próxima com as entidades da área que iremos avançar”, concluiu.

ASSINATURAS – Interessados em assinar a carta podem enviar e-mail para ( queremoscarlafrancinenasav@gmail.com ) informando apenas seu nome completo e a numeração de seu RG.

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