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Festivais

87º Oscar (2015) – cerimônia

Transmissão inicia às 20h30 na TNT

Por Luiz Joaquim | 22.02.2015 (domingo)

Foi em 2010, quando a Acadêmia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood mudou as regras para encaixar dez concorrentes ao título de melhor filme, ao invés dos históricos cinco concorrentes (a partir de 2011 passaram a ser até nove concorrentes, como é até hoje). A mudança, sabe-se, foram por razões marqueteiras, e não por outra, digamos, mais nobre, como se houvesse aumentado a quantidade de bons filmes na indústria americana.

Pode-se pensar que, desde então, ficou mais difícil predizer os favoritos a levar a principal estatueta dourada da cerimônia que hoje promove sua 87ª edição, com transmissão ao vivo pela TV Globo e TNT (a partir das 20h30).

Não é bem assim pois, entre os, este ano, oito filmes em questão, as apostas continuam recaindo ainda sobre dois ou três específicos como acontecia no passado. Neste 2015, os nomes fortes “Birdman”, de Alejandro G. Iñárritu, e “Boyhood”, de Richard Linklater. Apesar do estrondoso sucesso nos EUA de “Sniper Americano”, de Clint Eastwood, o filme não deve aparecer como vencedor em função das polêmicos que levantou em função do modelo que herói que o filme apresenta. Apesar de interessantíssimos, “Selma”, “Whiplash” e “O Grande Hotel Budapeste” não devem elevar-se ao patamar de melhor filme do ano. Menos ainda para o insosso “O Jogo da Imitação” e o comovente “A Teoria de Tudo”.

DIREÇÃO

O mexicano Alejandro Gonzáles Iñárritu é um nome já bastante respeitado em Hollywood, tendo inclusive recebido uma indicação anterior por “Babel” (2007). Com seu “Birdman” mostrou que também funciona, e bem, longe de seu antigo parceiro o roteirista Guillermo Arriaga. Já Richard Linklater é um nome que a grande indústria namora há alguma tempo. Linklater é respeitado na Europa e com o sucesso mundial de “Boyhood” e seu nome constando entre os principais indicados da cerimônia funciona como se ela (a indústria) o estivesse convidando para projetos futuros. Wes Anderson também é um autor que sempre circulou à margem da grande indústria e finalmente sua inteligência e assinatura na direção de uma filme foi reconhecida. A precisão e controle afiado na tensão de Bennett Miller em “Foxcatcher” também o torna um bom concorrente aqui, mais ainda abaixo dos três primeiros. Morten Tyldum é seu quadrado “Jogo da Imitação” é um equívoco aqui.

ATOR

Aqui temos uma disputa difícil pelo improvável e pelas diferenças de estilos. Se Eddie Redmayne (“A Teoria de Tudo”) deixa todos (e principalmente a Academia) com sua história de superação como Stephan Hawkins e suas limitação físicas, Steve Carell (“Foxcatcher”) também impressiona num personagem completamente transformado e diferente de tudo que já fez. Bradley Cooper (“American Sniper”) de certo modo também aparece diferente aqui, como um contido e perturbado veterano de guerra. Já Michael Keaton (“Birdman”) traz o elemento “ressuceição” em seu personagem, que se confude com sua própria história em Hollywood. Já Benedict Cumberbatch, apesar de esforçado (“O Jogo da Imitação”) também voa baixo nesse grupo.

ATRIZ

A grande surpresa aqui foi o nome da francesa Marion Cotillard (“Dois dias, uma noite”), não por sua atuação ser “menor”, mas pelo filme dos Dardenne ser um produção pequena, discreta da França que conseguiu furar o bloqueio gringo das indicações de lingua inglesa no Oscar. Já a aueridinha da América, Reese Whiterspoon (“Livre”) chamou imediatamente a atenção pelo seu papel sem maquiagem. Dona de um Oscar (“Johnny & Jun”, 2006), ela pode surpreender aqui. Mas a Academia está devendo um Oscar a talentosa Julianne Moore (Para Sempre Alice) este ano em sua quarta indicação. Correndo silenciosamente, mas muito bem no páreo está Rosamund Pike (“Garota Exemplar”) em seu papel incomun e cheio de nuances que defendeu muito bem. Felicity Jones (“A Teoriad e Tudo”) também fez um trabalho para ser elogiado, mas com menos impacto que o das colegas.

ROTEIRO ORIGINAL

Como roteiros criado do nada, a concepção de uma história que seria encerrado 12 anos depois de iniciada (“Boyhood”) dá uma boa margem para Richard Linklater. Mas o refinamento e sofisticação por trás de “O Grande Hotel Budapeste” também faz de Wes Anderson um forte candidato. Os diálogos afiados e a metalinguagem de “Birdman”, além da dinâmica de seus personagens, também chamam a atenção. Há ainda “Foxcatcher” como um belo exercício de imaginação sobre o que teria acontecido por trás da história que abalou a américa na década de 1980. Já em “O Abutre”, o roteiro é exemplar, mas não tão distinto de outros igualmente impressionante que Hollywood já nos deu sobre os bastidores da mídia e a ganãncia humana.

ROTEIRO ADAPTADO

Títulos como “A Teoria de Tudo” e “O Jogo da Imitação”, adaptados sobre a vida dos britânicos, o físico Stephen Hawking o matemárico Alan Turing, são adaptções bem quadradas. Nesse quesito, a versão dada para a vida do atirador Chris Kyle em “Sniper Americano” saiu-se mais impactante. Já a história do determinado baterista Andrew só entrou aqui porque foi adaptado de um curta-metragem, e não de um livro. Apesar de ótimo cinema, isto deve “empurrá-lo” para baixo nessa competição. No páreo também “Vício Inerente” (estreia no Brasil nesta quinta-feira), que deve ser sempre levado em conta uma vez que seu diretor é Paul Thomas Anderson, um jovem mestre do cinema norte-americano.

ESTRANGEIROS

O filme mais desconhecido por aqui é “Tangerino”, da pequena Estônia, ao norte da Europa, sobre sua própria história de nação em 1992 que queria ser independe da Georgia. O belo e forte “Timbuktu” traz uma realiada africana em formato de bom e tenso cinema ao contar um drama na Mauritâmia a partir da morte de uma vaca e extremistas religiosos. Dois filmes do leste europeu (hoje em guerra) mostram que são – cada um a seu modo – as mais sérias e belas opções desta categoria: o delicado e sutil “Ida” (Polônia) e o contundente “Leviatã” (Rússia), já premiado em Cannes 2014 pelo seu roteiro. Mas o grande favorito é mesmo o argentino “Relatos Selvagens” a boba ode à vingança com tons de humor negro que ganhou o coração do mainstream mundial.

Confira abaixo, a lista completa das sessenta produções que concorrem:

Melhor Filme
“Sniper Americano”
“Birdman”
“Boyhood: Da infância à juventude”
“O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)
“O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)
“Selma”
“A Teoria de Tudo” (“The Theory of Everything”)
“Whiplash”

Melhor Diretor
Alejandro Gonzáles Iñárritu -“Birdman”
Richard Linklater – “Boyhood”
Bennett Miller – “Foxcatcher”
Wes Anderson – “O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)
Morten Tyldum – “O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)

Melhor Ator
Eddie Redmayne – “A Teoria de Tudo” (“The Theory of Everything”)
Steve Carell – “Foxcatcher”
Bradley Cooper – “American Sniper”
Benedict Cumberbatch – “O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)
Michael Keaton – “Birdman” or (“The Unexpected Virtue of Ignorance”)

Melhor Atriz
Marion Cotillard – “Dois dias, uma noite” (“Deux jours, une nuit”)
Felicity Jones – “A Teoria de Tudo” (“The Theory of Everything”)
Julianne Moore – “Para Sempre Alice” (“Still Alice”)
Rosamund Pike – “Garota Exemplar” (“Gone Girl”)
Reese Whiterspoon – “Livre” (“Wild”)

Melhor Ator Coadjuvante
Robert Duvall – “O Juiz” (“The Judge”)
Ethan Hawke – “Boyhood”
Edward Norton – “Birdman”
Mark Ruffalo – “Foxcatcher”
JK Simons – “Whiplash”

Melhor Atriz Coadjuvante
Patricia Arquette – “Boyhood”
Laura Dern – “Livre” (“Wild”)
Keira Knightley – “O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)
Emma Stone – “Birdman”
Meryl Streep – “Caminhos da Floresta” (“Into The Woods”)

Melhor Roteiro Original
Richard Linklater – “Boyhood”
E. Max Frye and Dan Futterman – “Foxcatcher”
Wes Anderson e Hugo Guinness – “O Grande Hotel Budapeste”
Dan Gilroy – “O abutre” (“Nightcrawler”)
Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. & Armando Bo – “Birdman”

Melhor Roteiro Adaptado
Anthony McCarten – “A Teoria de Tudo” (“The Theory of Everything”)
Damien Chazelle -“Whiplash”
Jason Hall – “Sniper Americano”
Graham Moore – “O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)
Paul Thomas Anderson -“Vício Inerente” (“Inherent Vice”)

Melhor Longa-Metragem de Animação
“Song of the Sea”
“The Tale of the Princess Kaguya”
“Big Hero 6” (“Operação Big Hero”)
“The Boxtrolls”
“How To Train Your Dragon 2” (“Como treinar o seu dragão 2”)

Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki – “Birdman”
Robert Yeoman – “O Grande Hotel Budapeste” (“O Grande Hotel Budapeste”)
Lukasz Zal e Ryszard Lenczewski -“Ida”
Dick Pope -“Sr. Turner” (“Mr. Turner”)
Roger Deakins – “Invencível” (“Unbroken”)

Melhor Produção de Arte
“O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)
“O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)
“Interestelar” (“Interstellar”)
“Caminhos da Floresta” (“Into the Woods”)
“Sr. Turner” (“Mr. Turner”)

Melhor Figurino
“Vício Inerente” (“Inherent Vice”)
“Caminhos da Floresta” (“Into the Woods”)
“Malévola” (“Maleficent”)
“Sr. Turner” (“Mr. Turner”)
“O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)

Melhor Documentário
“CitizenFour”
“Finding Vivian Maier”
“Last Days in Vietnam”
“O Sal da Terra” (The Salt of the Earth”)
“Virunga”

Melhor Documentário Curta-Metragem
“Crisis Hotline: Veterans Press 1”
“Joanna”
“Our Curse”
“The Reaper (La Parka)”
“White Earth”

Melhor Edição
“Sniper Americano” (“American Sniper”)
“Boyhood”
“O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)
“O Jogo da Imitação” (“The Imitation Game”)
“Whiplash”

Melhor Filme Estrangeiro
“Tangerines” (Estônia)
“Timbuktu” (Mauritânia)
“Relatos selvagens” (Argentina)
“Ida” (Polônia)
“Leviatã” (Rússia)

Melhor Trilha Sonora Original
Alexandre Desplat – “O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)
Alexandre Desplat – “O Jogo da Imitação” (The Imitation Game”)
Hans Zimmer -“Interestelar” (Interstellar)
Gary Yershon – “Sr. Turner” (“Mr. Turner”)
Jóhann Jóhannsson – “A Teoria de Tudo” (“The Theory of Everything”)

Melhor Canção Original
“Everything Is Awesome” – “”Uma Aventura Lego” (“The Lego Movie”)
“Glory” – “Selma”
“Grateful” – “Além das luzes” (“Beyond the Lights”)
“I’m Not Gonna Miss You” – “Glen Campbell…I’ll Be Me”
“Lost Stars” – “Mesmo Se Nada Der Certo” (“Begin Again”)

Melhor Curta-Metragem
“Aya”
“Boogaloo and Graham”
“Butter Lamp” (“La Lampe Au Beurre De Yak”)
“Parvaneh”
“The Phone Call”

Melhor Curta-Metragem de Animação
“Feast”
“Me and My Moulton”
“A Single Life”
“The Bigger Picture”
“The Dam Keeper”

Melhor Edição de Som
“Sniper Americano” (“American Sniper”)
“Birdman”
“O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” (“The Hobbit: The Battle of the Five Armies”)
“Interestelar” (“Interstellar”)
“Invencível” (“Unbroken”)

Melhor Maquiagem
“Foxcatcher”
“O Grande Hotel Budapeste” (“The Grand Budapest Hotel”)
“Guardiões da Galáxia” (“Guardians of the Galaxy”)

Melhor Mixagem de Som
“Sniper Americano” (“American Sniper”)
“Birdman”
“Interestelar” (“Interstellar”)
“Invencível” (“Unbroken”)
“Whiplash”

Melhores Efeitos Visuais
“Capitão América 2: O Soldado Invernal” (“Captain America: The Winter Soldier”)
“Planeta dos macacos: O confronto” (“Dawn of the Planet of the Apes”)
“Guardiões da Galáxia” (“Guardians of the Galaxy”)
“Interestelar” (“Interstellar”)
“X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (“X-Men: Days of Future Past”)

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