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Críticas

Superpai

O mais maluco pai do mundo

Por Luiz Joaquim | 25.02.2015 (quarta-feira)

No último dezembro entrou em cartaz discretamente no circuito exibidor brasileiro a comédia paulista (ambientada no Rio de Janeiro), “A Noite da Virada”, de Fábio Mendonça. Despretensiosa, o espírito da brincadeira era o mesmo do sucesso norte-americano “Se Beber, Não Case!” (2009) e seus derivados, nos quais uma sequência de erros levam outros a algo ainda maior, normalmente com tudo ocorrendo na urgência de uma única noite.

Diferente das globochanchadas cariocas, campeões de bilheteria, como “De Pernas Pro Ar” e “Até que a Sorte nos Separe”, as quais Roberto Santucci é o midas – a comédia paulista não apresenta roteiros que soam preguiçosos ou previsíveis, não são pautada por frustração amorosa (e se é, não a tem como foco principal), nem tem o sexo como único motivo de piada.

Com a estreia amanhã de “Superpai” (Bra., 2015), que vem de São Paulo pelas mãos de Pedro Amorim (mesmo diretor de “Mato Sem Cachorro”, 2012), a nova comédia paulista reforça esse perfil e consegue agrada, mesmo parecendo um papel carbono do gênero norte-americano; mas, diga-se de passagem, um bom papel-carbono.

No enredo, Danton Mello é o desempregado Diogo, o tipo do pai que dá amendoin ao alérgico filho Luca, de 7 anos, e ainda o deixa sozinho em casa para jogar poker com o porteiro do condominio onde mora enquanto a esposa Mariana (Mônica Iozzi) trabalha.

Acontece que na noite da festa de 20 anos da formatura de turma de 2º grau de Diogo, Mariana precisa ficar no hospital com a mãe acidentada e o “Superpai” terá de cuidar do filho do casal. Mas, desesperado para estar na festa e “consertar” um erro de duas décadas atrás, quando perdeu a chance de dormir com Patría Ellen (Juliana Didone) a garota mais desejada da turma, Diogo deixa Luca numa creché noturna e vai ao encontro da turma que o seguia no colegial como a um herói.

São eles a viciada em sexo (Dani Calabresa), o advogado gay (Thogun Teixeira) e o seu melhor amigo, o cafajeste Cesar (Antônio Tabet, de “Portas dos Fundos”). Na hora de pegar seu filho na créche um problema acontece gerando um círculo de confusões que fara Diogo e sua turma meterem-se com Gilson (Rafinha Bastos), um vilão envolvido com trabalho infantil.

O que dá credibilidade a “Superpai” é sua despretensão e parecer não se levar a sério com um humor politicamente incorreto e que ainda consegue apresentar uma redenção simpática para o pai mais irresponsável do mundo.

cotação: regular

CARBONO – O roteiro de “Superpai” é baseado num roteiro norte-americano não produzido que foi comprado pelos produtores brasileiros. O roteiro original é de Benjamin Cosgrove e Corey Palmer. A versão brasileira é de Ricardo Tiezzi com colaboração de Rafinha Bastos, Camila Raffanti e Pedro Amorim.

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