
19º Cine-PE (2015) – seleção
Cine-PE corteja a produção local
Por Luiz Joaquim | 09.04.2015 (quinta-feira)

Se em 2014 o Cine-PE: Festival do Audiovisual anunciou uma nova personalidade, incluindo o crítico de cinema carioca Rodrigo Fonseca como com curador responsável e trazendo filmes estrangeiros à competição, neste 2015, quando o festival promove sua 19ª edição entre 02 e 08 de maio, o espírito é também o de renovação. Após 17 anos sediado no Centro de Convenções, em Olinda, o festival volta ao Recife, para acontecer no espaço que lhe concebeu a primeira edição em 1997, o cinema São Luiz.
Do ponto de vista estrutural, a programação não sofre alterações das que já haviam sido desenhadas no ano passado. Em entrevista coletiva na manhã de ontem, a direção do evento reforçou o nome de Fonseca na curadoria, agora com o auxílio de Diogo Mendes na seleção dos curtas-metragens, e deixou claro que não houve nenhum intervenção da direção sobre a curadoria. “Se observarem no catálogo do ano passado, ainda verão o meu nome [Sandra] e o de [Alfredo] Bertini nesta função. Esta ano não a assinamos”, pontuou a diretora.
Neste sentido, o competição continua internacional, mas contando apenas com uma presença estrangeira na mostra principal de longas-metragens. Um nome de peso, diga-se de passagem, que vem de Portugal. É Pedro Costa, que virá ao Recife com seu “Cavalo Dinheiro”. Exibido no Festival de Locarno em 2014, o filme lá deu o prêmio de melhor direção a Costa, que aqui trata do bairro português das Fontainhas sob a ótica do caboverdiano Ventura (já conhecido por “Juventude em Marcha”).
Costa irá concorrer com três pernambucanos: a ficção “Permanência”, de Leonardo Lacca; o experimental “Mães do Pina”, de Leo Falcão; e o documentário “O Gigantesco Imã”, de Petrônio Lorena e Tiago Souza. Por este ângulo, pode-se dizer que o Cine-PE nunca foi tão pernambucano em sua competição principal.
Há, ainda, na noite de encerramento, a primeira exibição no Estado de “A Luneta do Tempo”, primeiro longa-metragem dirigido por Alceu Valença. Não à toa, o slogan publicitário do festival este ano diz assim: “Cinema como nunca, pernambucano com sempre”. Na fala de Fonseca, a seleção é um “cortejo aos novos realizadores locais”.
Os outros títulos na disputa do troféu Calunga são o documentário paulista “Aqui Deste Lugar”, de Sérgio Machado e Fernando Coimbra, sobre a revolução social provocada pelo programa Bolsa Família, do Governo Federal; a ficção “O Amuleto”, supense paulista de Jeferson De; e o carioca “O Vendedor de Passados”, de Lula Buarque de Hollanda.
Para a noite de abertura, o Cine-PE fará a primeira exibição nacional de “O Exótico Hotel Marigold 2”, com a presença de seu diretor John Madden, o mesmo responsável pelo filme original (2011) e também premiado em Hollywood por “Shakespeare Apaixonado” (1999). Na mesma noite, o festival homenageia postumamente Eduardo Campos e Ariano Suassuna. A homenagem cinematográfica, no encerramento, será para a atriz e diretora Helena Ignez.
DINÂMICA – O 19ª Cine-PE continua com as competitivas de curtas-metragens nacionais e pernambucanos. Juntos à competição de longas, o programa completo, por dia, deve durar o máximo de 2h40min. Os ingressos custarão R$ 4 e R$ 2 (meia) e devem começar a ser vendidos dia 27 de março, exclusivamente na bilheteria do cine São Luiz.
0 Comentários