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Críticas

Velozes & Furiosos 7

Velozes, furiosos e inquebráveis

Por Luiz Joaquim | 02.04.2015 (quinta-feira)

É provável que nem no mais otimista dos pensamentos da Universal Pictures, lá em 2001, imaginasse que seu lançamento daquele ano – “Velozes & Furiosos” – chegasse, 14 anos depois, ao volume 7. Pois bem. O público brasileiro pode a partir de hoje conferir “Velozes & Furiosos 7” (Fast & Furious 7, EUA, 2015), dirigido pelo malasiano James Wan, mais conhecido pelas obra de terror “Jogos Mortais” (2004) e “Invocação do Mal” (2013).

A princípio, o estúdio desejava que o cineasta de Taiwan, Justin Lin – responsável pelos quatros filmes anteriores da franquia – assumisse este volume 7, mas Lin não topou. Wan, por sua vez, não decepciona, mas também não oferece nada de novo dentro do que se espera de um “Velozes & Furiosos”.

Ou seja, uma edição picotada desde a sequência de abertura até o final da trama. É uma lógica pautada pela ideia de habituar o olhar do espectador para aquele ritmo de montagem, pois, ao chegar nas sequências de perseguição de carros, os picotes na velocidade da luz da edição (para reforçar a sensação de ação) não soarão estranhos.

Há, porém, uma frescor na cenas de ação da primeira metade do filme, principalmente na que a “família” de Dom (Vin Diesel) literalmente cai do céu para invandir uma estrada fechada. Extensa como pouco se vê no cinema, a sequência desafia a inteligência do espectador fazendo ele se perguntar: “mas como é que eles conseguiram deixar esse absurdo tão realista?”.

Filmadas em dia claro, o que dificulta a “disfarce” do efeitos especiais, a aventura inicial acontece pela reunião do grupo que volta a se encontrar para mais uma caçada uma vez que entra na vida deles o assassino inglês Shaw (Jason Statham), determinado a vingar a morte de seu caçula. Esta vingança significa matar o agente do FBI Hobbs (Dwayne Johnson) e a família de Don, que inclui sua ainda desmemorada esposa Letty (Michelle Rodriguez), Brian (Paul Walker, 1973-2013) além do Roman (Tyrese Gibson) e Tej (Ludacris).

Une-se ao grupo o oficial secreto do governo americano (Kurt Russell) interessado também em capturar Shaw mas por ele estar associado a um terrorista somaliano (Djimon Hounsou) que busca um programa criado pela hacker Ramsey (Nathalie Emmanuel). Pelo programa, é possível acessar todos os microfones e câmeras espalhados em qualquer lugar do mundo.

Acontece que, em seus 137 minutos de duração, “Velozes 7” começa a perder o impacto ali pela sua segunda metade. Não há dúvidas que a morte prematura e irônica de Paul Walker num acidente de carro já ao final das filmagens em novembro de 2013 interferiu no astral de toda a equipe envolvida.

Para concluir o filme, e dar uma destino digno ao personagem de Walker, o final do roteiro foi reescrito e novas imagens foram filmadas com a ajuda de efeitos CGI de computação gráfica e dublês, na verdade os irmãos de Paul, Caleb e Cody Walker aparecendo como Brian.

Há pelo menos dois momentos que incomodam o espectador quando se sabe que Walker não está mais entre nós. No primeiro, seu personagem Brian e sua turma estão num funeral e ele diz “não aguento mais nenhum enterro”, referindo-se aos amigos que perdeu ao longo da franquia. Noutro, prestes a sair para uma missão suicida, ele telefona para a esposa e se despede sabendo que talvez seja a última vez que ele fala com ela. É esquisito.

DIREÇÃO – Justin Lin não retornou para direção deste filme pois, como o estúdio queria produzir “Velozes & Furiosos 7” em um cronograma acelerado, a fim de ser lançado no verão de 2014, Lin teria que começar a pré-produção do longa durante a realização da pós-produção de “Velozes & Furiosos 6 (2013)”, que ele considerou afetar a qualidade do produto.

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