19ª Cine-PE (2015) – premiação
Com o carinho do público
Por Luiz Joaquim | 09.05.2015 (sábado)
Num cinema São Luiz abarrotado de gente na noite de ontem, o Cine-PE: Festival do Audiovisual encerrou sua 19ª edição com a alegria de centenas de espectadores, os mesmo que costumavam emprestar a fama do evento como festival caloroso. E nesta edição histórica, que marcou o retorno do Cine-PE ao auditório na rua da Aurora, o longa-metragem pernambucano “Permanência”, de Leonardo Lacca, foi eleito o melhor longa-metragem.
Foi com susto que Lacca subiu ao palco para receber o troféu Calunga. “O júri está louco?! Conceder esse prêmio enquanto concorria com Pedro Costa?!”, exclamou o diretor referindo-se ao respeitado cineasta português e seu filme “Cavalo Dinheiro” também na competição. A produção de Lacca, que conta a história de um fotógrafo pernambucano (Irandhir Santos) que vai expor em São Paulo e reencontra um amor antigo (Rita Carelli), ainda saiu contemplado pela direção de arte (Juliano Dornelles),pela atriz (Carelli), atriz coadjuvante (Laila Pais) e pelo ator coadjuvante (Genésio de Barros).
Já o drama do cabo-verdense Ventura, apresentado em “Cavalo Dinheiro”, foi lembrado pelo júri oficial pela direção e pelo roteiro, ambos assinados por Costa; e ainda pela sua fotografia com simetria quase matemática. O filme lusitano também foi o escolhido pelo júri da crítica (Abraccine).
Mas a festa de prêmios foi mesmo do cinema pernambucano. Além dos cinco títulos levados por “Permanência”, “O Gigantesco Imã”, de Petrônio e Tiago Scorza, foi eleito pela melhor trilha sonora e recebeu uma menção honrosa. Já o documentário de Leo Falcão, “Mães do Pina”, foi o escolhido pelo júri popular.
Somados aos prêmios dos curtas-metragens em competição nacional, foram 11 as Calungas que permanecerão no Recife. Não que este êxito fosse inesperado uma vez que este foi o ano em que o Cine-PE teve o maior número de títulos locais nas competições principais. O curta “Bajado”, de Marcelo Pinheiro, levou os prêmios de trilha sonora e prêmio Aquisição Canal Brasil. Pinheiro ainda foi lembrado pela Abraccine pelo filme “Xirê”.
O melhor curta da competição brasileira pelo júri oficial e pelo público, ficou com a animação “Até a China”, de Marão, também contemplado pelo melhor roteiro. A competitiva de curtas pernambucanos também teve uma animação – “Salu e O Cavalo Marinho”, de Cecília da Fonte – como o melhor filme do júri oficial e popular. Aqui, o melhor diretor foi Lírio Ferreira por “O Poeta Americano”, também contemplado por uma menção honrosa pela Abraccine.
Antes da primeira exibição pública no Recife de “A Luneta do Tempo”, de Alceu Valença, o músico foi homenageado pelo Cine-PE, tendo sido precedido por outra homenagem a atriz Helena Ignez.
Mostra Competitiva de Longas-Metragens
-Melhor Filme: Permanência (PE), com direção de Leonardo Lacca
-Melhor Diretor: Pedro Costa, pelo filme Cavalo Dinheiro (Portugal)
-Melhor Roteiro: Pedro Costa, pelo filme Cavalo Dinheiro (Portugal)
-Melhor Fotografia: Pedro Costa e Leonardo Simões, pelo filme Cavalo Dinheiro (Portugal)
-Melhor Montagem: Karen Akerman, pelo filme Aqui Deste Lugar (SP)
-Melhor Edição de Som: Miriam Biderman, ABC e Ricardo Reis, pelo filme O Vendedor de Passados (RJ)
-Melhor Trilha Sonora: Petrônio e as Criaturas, pelo filme O Gigantesco Ímã (PE)
-Melhor Diretor de Arte: Juliano Dornelles, pelo filme Permanência (PE)
-Melhor Ator Coadjuvante: Genésio de Barros, pelo filme Permanência (PE),
-Melhor Atriz Coadjuvante: Laila Pas, pelo filme Permanência (PE),
-Melhor Ator: Lázaro Ramos, pelo filme O Vendedor de Passados (RJ)
-Melhor Atriz: Rita Carelli, pelo filme Permanência (PE),
-Prêmio da Crítica/Júri da Abraccine: Cavalo Dinheiro, com direção de Pedro Costa
*Pela capacidade de sintetizar nas dores, medos e delírios de um enfermo o seu sofrimento pessoal e o de todo um povo oprimido, usando a imagem em absoluto controle na sua forma e tempo
-Prêmio do Júri Popular para o Melhor Filme: Mães do Pina (PE), com direção de Leo Falcão
-Menção Honrosa para o filme O Gigantesco Ímã (PE)
*Pela criatividade do filme ao narrar a trajetória extraordinária do personagem através de imagens e histórias que reinventam a vida.
Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais
(Mostra Curta Brasil)
-Melhor Filme: Até a China (RJ)
-Melhor Diretor: Cíntia Domit Bittar, pelo filme O Segredo da Família Urso (SC/SP)
-Melhor Roteiro: Marão, pelo filme Até a China (RJ)
-Melhor Atriz: Liz Comerlatto, pelo filme O Segredo da Família Urso (SC/SP)
-Melhor Ator: Vinicius Tardio, pelo filme Vestibular (SP)
-Melhor Fotografia: Kaue Zilli e Pepe Mendes, pelo filme Vestibular (SP)
-Melhor Direção de Arte: Dicezar Leandro, pelo filme O Segredo da Família Urso (SC/SP)
-Melhor Edição de Som: Gustavo de Souza, pelo filme O Segredo da Família Urso (SC/SP)
-Melhor Trilha Sonora: Eduardo Braga, pelo filme Bajado (PE)
-Melhor Montagem: Cao Guimarães, pelo filme Palace Hotel (MG)
-Prêmio da Crítica/Júri da Abraccine: Xirê, com direção de Marcelo Pinheiro
*Pela forma sutil de registrar a fusão entre o homem e a natureza para contextualizar a fusão entre o espírito e o corpo, tomando a coreografia como forte elemento nessa dinâmica.
-Prêmio do Júri Popular para o Melhor Filme: Até a China (RJ), com direção de Marão
-Prêmio de Aquisição do Canal Brasil para o Melhor Curta: Bajado (PE).
*O Canal Brasil oferece R$ 15.000,00 para o melhor curta-metragem, segundo júri próprio a ser exibido na programação e no site do canal. O júri é formado por jornalistas e críticos de cinema
-Prêmio da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC): Bajado (PE), com direção de Marcelo Pinheiro. *Oferece o troféu de ‘Melhor Filme para Reflexão’ concedido ao melhor curta-metragem da Mostra Competitiva de Curtas Pernambucanos.
Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos
(Mostra Curta PE)
-Melhor Filme: Salu e o Cavalo Marinho, com direção de Cecília da Fonte
-Melhor Diretor: Lírio Ferreira, pelo filme O Poeta Americano
-Prêmio do Júri Popular para o Melhor Filme: Salu e o Cavalo Marinho
-Menção honrosa pelo júri da Abraccine-Associação Brasileira de Críticos de Cinema: O Poeta Americano, de Lírio Ferreira. * Por conseguir reunir e ressaltar a necessidade da importância entre a cultural imaterial e o patrimônio histórico, apoiado pela poesia da palavra e pela poesia da imagem, e num momento em que o Recife e a luta pela sua memória ocupam a ordem do dia.
-Menções honrosas da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC) para os filmes História Natural, de Júlio Cavani, e Salu e o Cavalo Marinho, de Cecília da Fonte.
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