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Festivais

19º Cine-PE (2015) – abertura

Nova casa. Novos filmes. Novo festival?

Por Luiz Joaquim | 02.05.2015 (sábado)

Quase duas décadas é tempo suficiente para mudar muita coisa e, naturalmente, as atividades no campo do audiovisual no Recife de 1997 – quando surgiu o Cine-PE: Festival do Audiovisual (a época chamado de -Festival de Cinema do Recife-) – eram apenas uma sombra do que se pode comparar a realidade desse campo nos dias de hoje, seja pela produção ou difusão. Por essa lógica, não haveria outra forma do Cine-PE seguir adiante caso não repaginasse sua estrutura.

E a mudança que iniciou em 2014, convidando o carioca crítico de cinema Rodrigo Fonseca para assumir a curadoria do evento, ganha um novo condimento nessa 19ª edição do festival, que inicia às 19h de hoje e segue até a próxima sexta-feira. Tal condimento é a casa que abrigará este novo Cine-PE: o palácio São Luiz, na rua da Aurora, curiosamente o mesmo endereço que o abrigou em sua primeira edição.

Mas, o que São Luiz verá em 2015 é bastante diferente do que viu em 1997. A começar pela principal atração dessa noite de abertura: uma première na América do Sul de um produção estrangeira, “O Exótico Hotel Marigold 2” (The Second Best Exotic Marigold Hotel, EUA, 2015), contando com a presença do diretor britânico John Madden – conhecido também pelo oscarizado “Shakespeare Apaixonado”, feito em 1998, quando o Cine-PE tinha uma ano de existência.

O filme, que deve ser lançado no Chile, Argentina e Brasil na próxima quinta-feira, acompanha a mesma trupe da “melhor idade” vista no filme anterior (de 2012) de volta à Índia. Lá Sonny (Dev Pavel) prestes a casar com o amor de de sua vida, presta atenção também numa nova propriedade para adquirir, uma vez que seu “Exótico Hotel Marigold para a Terceira Idade e para Pessoas Bonitas” está lotado e ele tem agora dois novos hóspedes: Guy (Richard Gere) e Lavinia (Tamsin Greig).

Ao mesmo tempo, reencontramos Evelyn e Douglas (Judi Dench e Bill Nighy), Norman e Carol (Ronald Pickup e Diana Hardcastle), Madge (Celia Imrie) e Muriel (Maggie Smith) como uma recém-contratada gerenciando o hotel e guardando os segredos de todos.

Logo após as aventuras dos idosos na Índia, o público será jogado para o bairro do Pina, no Recife, pelo documentário do pernambucano Leo Falcão – “Mães do Pina”. Nele, o diretor acompanha as ações de cinco líderes religiosas do local, também idosas, e o quanto sua cultura pode ser transformadora naquele campo social.

Falcão participa da mostra competitiva de longas e disputa o troféu Calunga com outros seis títulos, sendo quatro de ficção – “O Vendedor de Passados”, de Lula Buarque de Hollanda (exibe amanhã); “Cavalo Dinheiro”, do português Pedro Costa (segunda-feira); “Permanência”, do pernambucano Leonardo Lacca (na quarta-feira); e “O Amuleto”, de Jeferson De (na quinta-feira); e dois documentários – “Aqui Deste Lugar”, de Sérgio Machado e Fernando Coimbra (na na terça-feira); e “O Gigantesco Ímã”, do pernambucano Petrônio Lorena e Tiago Scorza (quarta-feira).

A presença de três longas pernambucanos na principal competição, somada a exibição hor-concours de “A Luneta do Tempo”, de Alceu Valença, encerrando o festival na sexta-feira, além da presença de “Bajado”, de Marcelo Pinheiro, na competitiva nacional de curtas, marca esta edição como um cortejo – para usar a palavra mencionada pelo próprio Rodrigo Fonseca – para a reconhecida vigorosa produção que é feita no Estado.

Incluindo ainda outros sete trabalhos locais na “competitiva pernambucana de curtas” – que abrem diariamente o principal palco do festival – este 19ª Cine-PE espera resgatar também o prestígio com seu público. Aquele mesmo que no passado lhe deu a fama nacional como sede de o “Maracanã dos festivais” no gigantesco Teatro Guararapes; o que nos faz perguntar com qual alcunha popular será batizado o Cine-PE daqui para frente.

ACESSO – Os ingressos para o 19º Cine-PE serão vendidos nas bilheterias do Cine São Luiz, que estarão abertas diariamente entre 14h e 20h. Podem ser comprados dois ingressos por pessoa pra cada dia. A classificação etária é de 18 anos; e os ingressos custam R$ 4 e R$ 2. A capacidade do São Luiz é hoje de 500 no piso inferior e 490 no balcão.

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