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Festivais

14o. Festival Varilux do Cinema Francês (2015) – P

Sob os sons e imagens da França

Por Luiz Joaquim | 11.06.2015 (quinta-feira)

Se tanto a expansão numérica de filmes selecionados quanto a de salas compondo o circuito de exibição de uma mostra de cinema não forem um sinal concreto de sua evolução, talvez o único elemento que o “salve” seja a qualidade das obras que oferece. No caso da edição 14 do Festival Varilux do Cinema Francês, que abre hoje ao público e segue até quarta-feira (10), estas três características são contempladas e dignas de nota.

Além de sua tradicional casa no Recife, o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco – que abrigou 12 das 14 edições do evento desde 2002 – o Varilux 2015 ganha, só em Pernambuco, quatro novos espaços. Terá sessões no Cine Rosa e Silva, no Cinépolis (Shopping Guararapes) e no Cine Planet (no Shopping Difusora, em Caruaru), além de três projeções especiais em Blu-ray no Auditório Evaldo Coutinho (no Centro de Artes e Comunicação da UFPE, aqui apenas nos dias 18 e 19/06 e com entrada franca). No Brasil inteiro, o Varilux abrange 80 salas de cinemas.

Do ponto de vista da programação, o trabalho feito pela produtora carioca responsável, a Bonfilm, capitaneada por Christian Boudier, mantém a mesma competência e ainda aumenta o volume. Este ano são 15 títulos inéditos no Brasil para serem visto nestes sete dias, além de um clássico absoluto que chega em cópia digital restaurada.

Trata-se de “O Homem do Rio (1964), aventura de Philippe de Broca em que o galã Jean-Paul Belmondo é Adrien. Ele é o namorado de uma garota sequestrada em Paris e enviada ao Brasil. Em sua busca, ele viaja a Amazonia, ao Rio de Janeiro e a então recém-criada Brasília. Em Pernambuco, “O Homem do Rio” exibe apenas no Cinema da Fundação (12/06, 18h20).

Entre as atrações inéditas, o Varilux traz ao Brasil o filme de abertura do festival de Cannes 2015, exibido há pouco mais de um mês po lá. É “De Cabeça Erguida”, com Catherine Deneuve e Benoît Magimel. Outro título que chama a atenção é a comédia “Que Mal eu Fiz a Deus?”,de Philippe de Chauveron, fenômeno de bilheteria na França no ano passado, quando levou mais de 15 milhões de espectadores aos cinemas.

“Gemma Bovery: A Vida Imita a Arte”, de Anne Fontaine, também deve agradar em sua divagação contemporânea sobre o romance “Madame Bovary”, de Flaubert. Já na comédia politicamente incorreta “Papa ou Maman”, de Martin Bourboulon, o tema é um divórcio cujo objetivo de cada um dos país é não ficar com a guarda das crianças. Por falar nelas, o festival também agrada os pequenos com a animação em 3D (em alguns cinemas) de “Astérix e o Domínio dos Deuses”, de Louis Clichy.

Outro destaque fica com “Beijei uma Garota”, sobre dois namorados gays prestes a casarem e que têm a relação abalada com a chegada de uma vizinha. Há ainda mais humor em “O Que as Mulheres Querem”, contando “causos” de 11 personagens femininas, enquanto “Os Olhos Amarelos de Crocodilos” reúne elenco de peso (Emmanuelle Béart e Julie Depardieu) para falar do conflito de duas irmãs.

O Varilux aposta também no novo filme de Eric Toledano e Olivier Nakache – a mesma dupla responsável por um dos maiores sucessos do evento, “Intocáveis”, 2011. Mais uma vez trabalhando com o carismático ator Osmar Sy (de “Intocáveis”), os cineastas o apresentam como o imigrante senegalês Samba que tenta regularizar sua permanência na França até que a encontra executiva Alice (Charlotte Gainsbourg, de “Ninfomaníaca”).

Completam a programação “O Diário de Uma Camareira”, de Benoît Jacquot (de “Adeus, Minha Rainha”, 2012), novamente dirigindo os ótimos Lea Seydoux e Vicent Lindon; “O Preço da Fama”, de Xavier Beauvois (de “Homens e Deuses”, 2010), com o ótimo ator Roschdy Zem e exibido em Veneza; “Sexo, Amor, Terapia”, de Tonie Marshall, com a estrela Sophie Marceau; “Sobre Amigos, Amor, Vinho”, de Éric Lavaine, com Lambert Wilson; “Na Próxima Acerto no Coração”, de Cédric Anger; e “Hipócrates”, de Thomas Lilti.

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