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Festivais

48º Brasília (2015) – selecionados

Big Jato voa para Brasília

Por Luiz Joaquim | 28.06.2015 (domingo)

Manhã de alegria, a de ontem, para o cinema penambucano. A coordenação do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro anunciou sua seleção para a edição 48 do evento, programada para acontecer entre 15 e 22 de setembro. Entre os 130 longas-metragens inscrito, seis foram selecionados, sendo um deles “Big Jato”, quarto longa-metragem de Cláudio Assis, com Matheus Nachtergaele protagonizando o enredo como um caminhoneiro que viaja com seu filho pelo sul do Ceará e norte de Pernambuco limpando fossas de casas sem saneamento básico.

“Primeiro, obrigado pela notícia. Nem sabia que já tinha sido divulgado”, agradeceu por fone à reportagem da Folha, um sorridente Cláudio Assis. “Brasília é para mim um festival muito importante. Seja pela sua história, seja pela resistência contra da Ditadura. È um festival que revigora, sempre dá um frescor. Volto com boa energia de lá”, destaca.

“Eu sempre sou muito bem recebido ali. -Amarelo Manga- e -Baixio das Bestas- ganharam bastante destaque lá [ambos foram eleitos melhor filme das respectivas edições]. Voltar com -Big Jato- é ótimo pois -Febre do Rato- não passou no festival e acho que nem entrou em cartaz no Distrito Federal”, comemora.

Com a edição final já concluída há seis meses, Cláudio conta que falta apenas fazer uma remixagem numa música de Jards Macalé [que também atua no filme]. A música aparece já no encerramento da história. “É coisa simples, mas é preciso rever os créditos no final do rolo 5”. Cláudio fala ainda com a nomenclatura do cinema analógico para se referir a útima parte do filme uma vez que “Big Jato” foi captado em Super-35mm. “Mas finalizamos em [digital] 4K, o que é um luxo para um filme de baixo custo”, celebra.

Viajando na boléia do Big Jato, nome do caminhão pilotado por Francisco (Nachtergaele), está Chico, filho do motorista – e também espécie de alter-ego do escritor Xico Sá, autor do livro homônimo do qual derivou o filme. Na infância o personagem de Chico é interpretado por Francisco de Assis Moraes (filho de Cláudio). Quando adolescente, entra em cena o ator Rafael Nicácio (já visto no curta “Sem Coração”, de Nara e Tião). “Esse garoto [Nicácio] é muito bom. É impressionante”, destaca Cláudio.

Cláudio Assis também faz questão de dizer que já mostrou a edição definitiva do filme para Xico Sá. “E ele?”, perguntamos. “Ele diz que o livro dele é melhor, mas eu digo que o filme é melhor. Esse peleja não vai terminar nunca. É briga de cachorro”, conclui com uma gargalhada de satisfação.

COMPETIÇÃO
“Big Jato” concorre com outros cinco longas-metragens. “A Família Dionti” (RJ), de Alan Minas; “Fome” (SP), de Cristiano Burlan; “Prova de Coragem” (RS), de Roberto Gervitz; “Para Minha Amada Morta” (PR), primeira ficção de Aly Muritiba; e o único documentário do grupo, “Santoro: O Homem e sua Música” (DF), de John Howard Szerman, sobre o maestre Cláudio Santoro (1919-1989).

Entre os 221 médias-metragens e 237 curtas de vários estados, 12 foram escolhidos (nenhum de Pernambuco) para configurar na competição 2015. Destaque para “Tarântula” (PR), de Marja Calafange e Aly Muritiba (o mesmo do longa); “Quintal” (MG), de André Novais Oliveira; “O Corpo” (CE), de Leonardo Mouramateus; “Afonso É uma Brazza” (DF), de James Gama e Naji Sidji; e “Rapsódia para O Homem Negro” (MG), de Gabriel Martins.

COMISSÃO – Na comissão de seleção dos filmes para esta edição do Festival de Brasília estiveram o montador Giba Assis Brasil, o diretor Jeferson De, a jornalista Juliana Reis além de Renato Barbieri e Sérgio Moriconi. Já os curtas e médias foram escolhidos pelo cineasta Gabriel Mascaro, pela curadora Marcela Borela e por Pablo Gonçalo.

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