Um novo e bom rebuliço literário está programado para acontecer em Pernambuco entre os dias 28 de agosto e 7 de setembro. É a primeira edição da Feira Nordestina de Livro (Fenelivro), evento que se pretende anual e que, sob coordenação da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e da Associação do Nordeste das Distribuidoras e Editoras de Livros (Andelivros), irá reunir cerca de 80 convidados – incluindo nomes da Europa e dos EUA – numa programação intensa e com acesso gratuito no pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco.

Na verdade, a intenção aqui, comentou o jornalista e curador Evaldo Costa em entrevista na manhã de ontem na sede da Cepe, “é retomar um iniciativa pioneira do Estado, quando promoveu a primeira feira literária local há décadas, e voltar a fomentar a população oferecendo uma infra-estrutura para o Recife virar a Meca da literatura no Brasil”, propagandeou.

Uma aliado importante para ganhar essa dimensão é a participação da Câmara Brasileira de Livro (CBL) e da Associação Brasileira de Difusão do Livro, que garantirá a adesão de editoras de todo o País ao evento.

Evaldo destacou que a Fenelivro irá trazer nomes e questões da literatura num campo mais amplo. “Teremos gente do alto escalão dessa arte, mas também iremos oferecer o contato com nomes mais comuns, além de trabalharmos com livros de interesse paradidático. Queremos colocar em diálogo a alta cultura e a cultura popular”, adianta.

Índice maior desse diálogo está nos nomes dos dois homenageados da Feira. O evento convida para a celebração o historiador imortal da Academia Brasileira de Letras, Evaldo Cabral de Mello, e também o repentista Lourival Batista (1915-1992), o Louro do Pajeú, com direito a uma noite de cantoria para este último, quando será evocada sua capacidade poética pela improvisação.

Para acomodar a expectativa de 150 mil frequentadores a partir de 29 de agosto (quando abre ao público) circulando pelo Cecon, a organização vai dividir seus lançamentos, debates, oficina (com Raimundo Carreiro), mesa-redondas e sessões de autógrafos em espaços como o Teatro Beberibe (380 lugares), uma outra sala com 75 lugares, mais duas de 40 lugares, um espaço infantil, além de um café literário (com 35 assentos) e também 150 estandes.

Alguns dos nomes confirmados que podem lotar esses espaços são os de Augusto Cury, Xico Sá, Jorge Castelo, Gerson Camarotti, Thalita Rebouças, Mary Del Priori, Marcelino Freire, Guilherme Fiuza, José Castelo, Gerson Camarotti e o Pe. João Carlos, entre outros.

Em sua estrutura, a Fenelivro terá dois temas: um pontual (O Livro do futuro, o futuro do livro) e um constante (O regionalismo nordestino na cultura). “O primeiro tema envolve dois assuntos, o suporte do livro e como o livro impresso, esse objeto de 600 anos, será tratado no futuro. É um tema que, na verdade, já estamos vivenciando, e é bastante simbólico uma vez que neste 2015, quando comemora-se os 100 anos da imprensa oficial, ela deixa de imprimir sua publicações para apenas lançá-las no formato digital”, pontua o curador.

“No segundo tema não há uma defesa do regionalismo, mas sim o desejo de rever um conceito que começou a ser fundado há exatos 90 anos, quando Gilberto Freyre lançava -Livro do Nordeste-, uma publicação que redesenhava no Brasil o conceito de Nordeste”, explica. Dessa forma, o evento dedicará cada um de seus nove dias para cada um dos Estados da região. “Assim, vamos entender como o fato daquele autor ser daquele Estado afetou sua produção”, provoca.

Evaldo conclui informando que 90% da programação já está definida, mas alguns ajustes só o permite divulgá-la completa dia 20 de agosto, junto com uma revista ilustrando as atrações.

ACESSIBILIDADE
O presidente da Cepe, Ricardo Leitão, reforçou o acesso gratuito à Fenelivro e da parceria com alunos da rede privada e estadual de educação para participar do evento. Estes últimos, à propósito, terão direito a 10% de desconto sobre qualquer livro à venda na feira. Haverá também um estímulo para o transporte e o funcionamento do espaço nos três expedientes.