“O Homem-Formiga” (Ant-Man, 2015), de Peyton Reed, é o novo filme mais bacana de todos os tempos desta semana. Quer dizer, é, na verdade, o mesmo filme que tem sido feito desde 2006, quando Hollywood entendeu que os superpoderosos da Marvel podiam render muuuito dinheiro quando adaptados ao cinema. Comprovado o lucro, a própria Marvel criou seu estúdio e gerencia agora as próprias adaptações à filmes. É só observar na abertura deste “Homem-Formiga”, por exemplo, como a vinheta da Marvel está mais longa.

A priori, “Homem-Formiga” é um “filme B”, só que com orçamento milionário e maquiado por um falso refinamento narrativo. “Filme B” era o termo usado para ser referir à produções extremamente baratas (incluindo suas histórias) feitas para acompanhar a atração principal de sessões duplas em salas de cinema modestas. Sucesso entre os anos 1930 e 1950 nos EUA os tais “Filme B” terminaram por surpreender os grande estúdios por arregimentar facilmente um número de fãs interessado nas histórias em torno do horror, do fantástico e de histórias policialescas

Em 2015, são os grande estúdios que se empenham em fazer os “Filmes B”, como “Homem-Formiga”. A diferença é que não se paga um níquel (daí o nome “nickelodons”, dado à cinemas populares) para ver um filme assim, mas algo em torno de 8 dólares.

É preciso dizer que há todo um contexto para esse “Homem-Formiga” nascer. O personagem é mais um herói sobrenatural que foi criado em 1962, pela mente fértil de Stan Lee junto a Larry Lieber, Jack Kirby. Com o último filme “Vingadores” (também da Marvel) tendo encerrado sua primeira fase recentemente, os estúdios não perderam tempo para dar partida numa nova apresentação de outros heróis até chegar, em 2019, em “Os Inumanos”. Uma espécie de grupo como “Os Vingadores” só que com heróis menos famosos para quem está fora do universo dos HQs.

Nos próximos quatro anos, entretanto, Hollywood tratará de deixar todos íntimos tanto de o Homem Formiga quanto do Doutor Estranho (2016), do Pantera Negra (2017) e da Capitã Marvel (2018).

FORMIGA
Para encarar o minúsculo herói, um dos nomes pensados foi o do ator Adrien Brody (oscarizado por “O Pianista”), mas a roupa que faz encolher e dominar todas as formigas ao redor ficou para o menos famoso Paul Rudd.

Mais conhecido por papeis pequenos e comédias despretensiosas. Rudd – um dos namorados de Phoebe na série “Friends” – sempre é visto como aquele cara tranquilo e divertido, que você pode confiar (vide “O Virgem de 40 Anos”, “Te Amo, Cara”). A escolha pelo ator vai de encontro com a ideia de deixar a atmosfera de “Homem-Formiga” bem mais leve que a do “Homem de Ferro”, “Capitão América” e “Hulk”.

De fato, o ritmo do novo filme é mais, digamos, humano que o dos três citados acima, e Scott Lang (Rudd) não é exatamente um exemplo a ser seguido. O filme abre com Scott na prisão, prestes a ser solto após pagar por um furto. Já na rua, e por intermédio de um amigo (Michael Peña) dos tempos de carceragem, acaba se envolvendo num novo assalto um vez que está desesperado para voltar a ter dinheiro e ter acesso a Cassie (a ótima Abby Ryder Fortson), sua filha pequena sob guarda da ex-mulher.

Acontece que nem tudo é o que parece e Scott acaba sendo convencido pelo cientista Pyn (Michael Douglas) a usar sua invenção, uma roupa e capacete que o faz encolher ao tamanho de uma formiga, mas mantendo a força de um homem de 90 quilos. Uma vez apresentada as origens e poderes do novo herói ao espectador na primeira metade do filme, a segunda parte concentra-se em sua ação em salvar o mundo junto com suas amigas formigas.

Para um filme cujo maior atrativo seria nos fazer sentir o perigo junto com o minúsculo personagem em situação inusitadas, em função das proporções agigantadas, “Homem-Formiga” só empresa um pouquinho dessa sensação, ali na apresentação do personagem. De resto, é mais do mesmo: salvar o mundo de um vilão (Corey Stoll) frustrado e que quer enriquecer pondo o planeta em risco, com direito a explosões que não são minúsculas.

Nesse contexto de aventuras microscópica, talvez seja bom revisitar os originais “Filmes B” ou clássicos de 30 anos atrás como “Querida, Encolhi as Crianças!” (1989) e “Viagem Fantástica” (1987). E do jeito que está, não será surpresa se Hollywood em breve resolver lançar uma refilmagem destes também.

Capitão América
O Homem-Formiga voltará a ser visto ano que vem em “Capitão América 3: Guerra Civil”, quando o então lider dos Vingadores, Capitão América (Chris Evans) entra em conflito com Tony Stark (Robert Downey Jr.) por discordarem da intenções dos políticos tentarem controlar os super-herois.

Doutor Estranho
Em 3 de novembro de 2016 estreia “Doutor Estranho”. Benedict Cumberbatch (“O Jogo da Imitação”) será o protagonista. É um cirurgião desfigurado que ganha uma nova chance em sua vida quando um feiticeiro o treina para se tornar o Mago Supremo.

Pantera Negra
Em 2 de novembro de 2017 conheceremos o “Pantera Negra”. Ele é TChalla (Chadwick Boseman), príncipe do reino de Wakanda, que perde o seu pai e viaja para os Estados Unidos, onde tem contato com os Vingadores. Entre as suas habilidades estão a velocidade e os sentidos apurados.