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Críticas

Dama Dourada

Para quem gosta de arte e tribunal e 2a Guerra

Por Luiz Joaquim | 27.08.2015 (quinta-feira)

“Dama Dourada” (Woman in Gold, EUA, 2015), de Simon Curtis, pode agradar àquele espectador fanático por filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, àqueles interessados em curiosidades sobre obras de arte, e àqueles apaixonados por filme com disputas num tribunal de justiça.

Adaptado do livro que conta a história real de Maria Altman (Helen Mirren), o roteiro nos põe ao lado desta refugiada judia residente em Los Angeles, e de seu advogado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds). Ambos lutam, empertigados, em tentar reaver um dos famosos quadros de Gustav Klimt (1862-1918) – “Retrato de Adele Bloch-Bauer I” – que pertencia a tia de Maria, e à época do Holocausto foi tirado de sua família na Áustria onde lá permaneceu.

A história real conta que a octogenária Maria iniciou sua tentativa de reaver o quadro da família primeiro por passos tradicionais, tentando negociar com o museu austríaco mas depois apelou para o supremo tribunal norte-americano, transformando em único o tal caso judicial. Foi sem precedentes até a época em que aconteceu, na década de 1980, com sua delicada situação de relação internacional.

Vale ressaltar que o conforto com o qual Mirren veste sua Maria Altman é um trunfo para este filme. Reynalds surpreende interpretando um ser-humano de verdade, que tem dúvidas, falha, sofre e chora. Um verdadeiro desafio para um rostinho simpático que costuma assumir a identidade de super-heróis como o “Lanterna Verdes”, em Hollywood. Ainda merece destaque o boa presença da atriz Tatiana Maslany, como o personagem de Maria durante a 2ª Guerra.

Há, entretanto, um certo relaxamento nos diálogos que os fazem soar já bastante familiares para as tais situações que o filme retrata. E as idas e vindas do passado (2º Guerra) ao momento presente (anos 1980), e vice-versa, são um tanto desequilibradas do ponto de vista da força dramática.

A história de superação, de insistir em uma causa em que ninguém acredita que pode ser atingida, deixa “Dama Dourada”, de qualquer maneira, com a cara de um filme que o espectador irá se envolver de maneira fácil. Situação que não é obrigatoriamente uma referência de boa qualidade.

ELENCO – “Dama Dourada” participou do Festival de Berlim neste 2015. Seu diretor, Simon Curtis (de “Sete Dias com Marilyn”) é casado com Elizabeth McGovern (que aparece no filme), e trabalharia aqui com Andrew Garfield que desistiu do projeto, quando entrou Ryan Reynalds.

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