48º Brasília (2015) – abertura
Festival de Brasília abre com autorreflexão
Por Luiz Joaquim | 15.09.2015 (terça-feira)
Começa hoje às 20h30, e bem, o 48º Festival de Cinema de Brasília. A opção para a cerimônia de abertura é exatamente fazer uma reflexão sobre o próprio cinema. O longa-metragem que abre o mais tradicional, antigo e prestigioso festival audiovisual brasileiro em atividade chama-se “Um Filme de Cinema”. Nele vemos seu diretor, Walter Carvalho, indagando a outros cineastas ao redor do mundo por qual razão eles fazem filmes e, afinal, para que serve o cinema?
No time de craques com quem Carvalho conversa aparecem Ken Loach, Gus Van Sant, Jia Zhangke, Andrzej Wadja, Lucrécia Martel e outros. Do Brasil, depõem José Padilha, Karin Ainouz, Júlio Bressane e Ruy Guerra, Hector Babenco e até Ariano Suassuna. O filme exibe em caráter hor-concours.
Já na mostra competitiva, a mais evidente característica dessa edição é a diversidade regional. Dos seis longas-metragens selecionados entre os 130 inscritos, cada um vem de um Estado diferente. Quem representa Pernambuco – que ao longo dos últimos cinco anos tem sido uma presença constante e vencedora em Brasília – é Cláudio Assis com seu “Big Jato”. Adaptado da obra literária de Xico Sá, o filme trás Matheus Nachtergaele como um trabalhador que limpa a fossa de casas sem saneamento básico.
Assis vai competir pelo troféu Candango e os prêmios (que somados resultam em R$ 340 mil) com o carioca Alan Minas (“A Família Dionti”); com o paulista Cristiano Burlan (“Fome”); com o gaúcho Roberto Gervitz (“Prova de Coragem”); o paranaense Aly Muritiba (“Para Minha Amada Morta”); e com o brasiliense John Howard Szerman (“Santoro: O Homem e sua Música”, único documentário da seleção).
Na competição de curtas-metragens são 18 filmes selecionados (não há pernambucanos) entre 458 obras inscritas. Mas o Estado participa desta edição um segunda vez com uma coprodução com o Chile. É o documentário “En el Nombre de La Copa”, do chileno Diego Marín Verdugo. Será exibido na mostra paralela “Continente Compartilhado” e é co-assinado com a produtora local “Na Lata Filmes”.
Mais robusta que a edição anterior, este 48º Festival de Brasília também vai produz oficinas, master-classes e ainda oferece outras três mostras – “Brasília Troféu Câmara Legislativa do DF”, “Festivalzinho” e “Panorama Brasil”. Este último é composto por cinco longas já premiados. Entre eles aparece “5 Vezes Chico: O Velho e Sua Gente”. Documentário com cinco diretores, incluindo Camilo Cavalcante. Cada um deles mostra a cultura de cinco Estados banhados pelo Rio São Francisco.
SEMINÁRIO – Um dos destaques desta edição do festival é o seminário “Curadoria e Circuitos”, que traz Nicolas Azalbert (da Cahiers du Cinema) e os brasileiros Cleber Eduardo, Antonio Junior e Marcela Borela para falar sobre os desafios e limites da curadoria de arte na contemporaneidade.
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