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Críticas

Entrando numa Roubada

Veia pop cercada por excessos rocambolescos

Por Luiz Joaquim | 07.09.2015 (segunda-feira)

Com uma boa experiência compondo trilha sonora para cinema, e tendo sido autor de alguns roteiros e curtas-metragens, o brasiliense André Moraes lança-se com diretor de longa-metragem com “Entrando numa Roubada” (Bra., 2015), estreando hoje nos cinemas. Para quem conhece o universo dramático que interessa Moraes sabe que é pelo mundo pop que sua sede é saciada.

Não é surpresa, portanto, que “Entrando numa Roubada” venha carregado de alguns maneirismos que já foram solidificados nas últimas duas décadas, tendo as rocambolescas histórias criadas por Quentin Tarantino e seus derivados como principal referência.

Posto isso, fica mais fácil entender a competência, ou não, da estreia de Moraes. Com um elenco tão diverso quanto irregular, a obra parece não encontrar o equilíbrio tão desejado na comunhão de uma equipe de atores para convencer sobre o todo que a trama quer nos convencer. E é insólito aquilo a que a obra se propõe. O problema, entretanto, não está no insólito da aventura mas sim na forma como somos sugeridos a embarcar nela.

O enredo nos apresenta a um grupo de fracassados anos depois de terem feito sucesso com o filme “Aceleração Máxima”. São eles o cineasta Walter (Lúcio Mauro Filho), e os atores Eric (Júlio Andrade), Vitor (Bruno Torres) e Laura (Deborah Secco). Depois que foram roubados pelo produtor Alex (Marcos Veras), caíram em desgraça e hoje se ocupam em animar festa infantil, vender pneus e até fazer muamba. Alex, por sua vez, tornou-se um pastor religioso inescrupuloso.

Com um prêmio de R$ 100 mil, Vitor convoca os amigos para fazer um filme, e a partir do convite Eric trama assaltos a postos de gasolina na estrada, mas sugerindo ao grupo que tudo não passará de uma encenação. Há ainda um reencontro com Alex para uma óbvia vingança.

Para seu roteiro, repetindo, rocambolesco “Entrando numa Roubada” parece carecer de ritmo. E essa fragilidade parece ressaltar mais na direção dos atores, ou mesmo na limitação de alguns. Entre tão variado grupo, destaca-se Marcos Veras, parece comicamente acreditar como ninguém no discurso absurdo que seu pastor prolifera. Entra nesse time também a boa Ana Carolina Machado, como a estagiaria de produção e, dando um espetáculo apenas com uma pequena participação especial, Tonico Pereira como o dono de uma oficina mecânica, e Aramis Trindade como um assaltante.

TEVÊ – Em 2016, André Moraes deve lançar sua primeira série de tevê: “Manual para se Defender de Alienígenas, Zumbis e Ninjas”, pela Warner Channel. As gravações começam em outubro, e tem como protagonista Malena Nunes, criadora de conteúdo no YouTube, que interpretará Tina. Há já um curta-metragem com o mesmo título.

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