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Críticas

Pequeno Dicionário Amoroso 2

Dicionário para novas gerações

Por Luiz Joaquim | 10.09.2015 (quinta-feira)

É curioso como um filme reflete sua época, seja pelo bem ou pelo mal. O caso “Pequeno Dicionário Amoroso 2” (Bra., 2015), dirigido pela mesma Sandra Werneck, que realizou o filme 1 há quase 20 anos, é emblemático. O que há de próprio do filme 1 nesta sequência é muito pouco, quase nada. Reside apenas nas figuras dos personagens Luiza (Andrea Beltrão) e Gabriel (Daniel Dantas). Tudo mais ou redor está distinto.

Alguns dirão que não poderia ser diferente, já que o atual enredo acontece 18 anos após o que vimos no filme anterior. Luiza está no terceiro casamento (e vai mal). Ela é mãe daquela filho que desejava no filme 1. Chama-se Pedro (Miguel Arraes). Já Gabriel foi casado duas vezes, teve uma filha, Bia (Fernanda Vasconcellos), com a segunda esposa – a cartomante Bel (Glória Pires) – e hoje namora uma mulher mais jovem (Fernanda de Freitas).

Roteirizado por Paulo Halm, “Pequeno Dicionário 2” parece olhar com mais atenção às descobertas dos filhos de Luiza e Gabriel do que sobre o que estes ex-casados poderiam nos contar de interessante a partir de um reencontram num momento de crise emocional. Assim sendo, as experiências pela Internet do menino Pedro em busca de perder a virgindade e as primeiras experiências homossexuais da auto-intitulada livre Bia parece ganhar muito, mas muito mais espaço na tela que o romance de seus pais.

A estratégia pode encontrar sentido na ideia de que muitos que irão ao cinema hoje devem lembrar pouco do filme 1 para ter saudade do casal protagonista. Ou, muitos não viram o filme 1, e um enredo voltado para os “dilemas” juvenis podem agregar um público jovem e bem distinto do original do filme 1. E ainda – sendo esta a razão mais triste – o filme faz o roteiro parecer não dar conta com consistência para dramas de um casal emocionalmente perdido na casa dos 50 anos. Demonstrando-se, em si, uma limitação. Uma pena.

PRODUÇÃO – A sequência de “Pequeno Dicionário Amoroso” custou R$ 4 milhões. O filme 1, de 1996, custou R$ 900 mil

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