7º Janela (2014) – dia 4
Passeio pelo audacioso mundo dos curtas
Por Luiz Joaquim | 27.10.2015 (terça-feira)
Ainda hoje, no meio cinematográfico nacional, muitos realizadores permanecem relacionando o Janela Internacional de Cinema do Recife – este ano em sua 7a. edição – como um festival apenas de curtas-metragens, que exibe também alguns bons clássicos em longa-metragem. É compreensível, uma vez que em suas duas primeiras edições o grande chamariz do evento eram os filmes de curta duração, principalmente os estrangeiros.
Prova disso está nos números que marcam o festival este ano. Foram mais de 1.000 obras (um recorde) de 33 países inscritas para estarem competindo em 2014 no Recife. Destes, 43 filmes de 12 países foram escolhidos, entre brasileiros (23) e estrangeiros (20). Como de costume divididos em programas temáticos, a seleção oferece um painel interessante dos mais audaciosos e inteligentes curtas que vêm circulando pelo mundo desde 2013. É uma verdadeira e boa oportunidade para aprender sobre a arte de proporcionar sensações audiovisuais com filmes rápidos.
Por estas qualidades foram incluídos quatro novos filmes pernambucanos. Dois são inéditos: “Noites Traiçoeiras” (exibe hoje às 15h45 no São Luiz, programa “Figuras da Noite”), no qual o diretor João Lucas Melo Medeiros conta a história da cinquentôna Dora, que ainda busca um amor; e o divertido “João Heleno dos Brito” (sexta-feiras, 16h, no Cinema da Fundação, programa “Abram as Cortinas”), quando Neco Tabosa conta como a morte de John Lennon alterou a paz numa interiorana cidade nordestina.
Já premiados, aparecem “História Natural” (terça-feira, 17h, no São Luiz, programa “Eu sou Um Mapa”), de Júlio Cavani que saiu vencedor de Gramado pela qualidade do som; e “Loja de Répteis” (quinta-feira, 17h30, Cinema da Fundação, programa “Fantasmas, Vol. 2”), com o qual Pedro Severien levou os troféus Candângo pela trilha sonora, direção de arte e fotografia.
Para hoje, além do programa “Figuras da Noite”, o Janela oferece os estrangeiros do programa “Tirem-me Daqui” (São Luiz, 15h10), com os títulos “La Reina” (Arg.), de Manuel Abramovich; “Cambodia 2099” (Fra.), de Favy Chou; “Tant qu il nous rest des fusils à Pompe” (Fra.), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel; e “The Chicken” (Ale.), de Una Gunjak.
Ainda hoje, brasileiros estão no programa “Breakdancers” (17h, São Luiz), com “Vaiamideus”, de Ticiano Augusto Lima; “Si no se Puede Bailar, Esta no Es mi Revolución”, de Lillah Halla; “Tejo Mar”, de Bernard Lessa; “Malha”, de Paulo Roberto; e o excelente “Estátua!”, de Gabriela Amaral Almeida, filme que deu a Maeve Jinkings, há um mês, o título de melhor atriz no Festival de Brasília.
CACHAÇA – Um dos programas imperdíveis de hoje no “Janela” é o “Cachaça Cinema Clube” (Cinema da Fundação, 22h45), programado pelo homônimo e antigo parceiro carioca do festival. A curadora Karen Black selecionou sete curtas raros da Alemanha para exibir hoje no Recife.
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