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Reportagens

O futuro é hoje

Em 1989 -De Volta para o Futuro 2- mostrava um 2015 bem diferente

Por Luiz Joaquim | 21.10.2015 (quarta-feira)

É hoje! Conforme “De Volta para o Futuro 2” (1989) – o segundo filme da famosa trilogia dirigida por Robert Zemeckis e produzida por Steven Spielberg – pela data de hoje nós estaríamos nos locomovendo em carros voadores, brincando com skates flutuantes e teríamos tênis que se amarram sozinhos. Hoje, ao redor do mundo, milhões de fãs da franquia divertem-se comparando o que foi previsto e o que vivemos realmente no real 21 de outubro de 2015.

Mas, antes das comparações entre o 2015 imaginado e o real, por que precisamente 21 de outubro foi escolhido? O filme 2 inicia exatamente a partir do final da produção anterior (de 1985), com Marty McFly (Michael J. Fox) saindo para dar uma volta com a namorada Jennifer (Elisabeth Shue) no novo carro. Até que Doc. (Christopher Lloyd) surge com o DeLorean, seu carro máquina-do-tempo, dizendo que tinha que levá-los a 2015 para resolver um problema com o futuro filho dos então namorados.

A primeira info desse futuro é que os carros voam, tanto que Doc. adapta o DeLorean para tal função. “Para onde vamos, estradas não são necessárias”, é uma das famosas falas do personagem. Hoje não temos os carros voadores, é verdade, mas o protótipo sim. Sabe-se que a montadora Terrafugia, em Boston (USA), tenta levantar recursos para viabilizar o negócio.

Os tais skate voadores, ou chamados hoverboards, também não estão circulando por aí, mas não completaram nem três meses que a Lexus exibiu sua versão do hoverboard, que precisa ainda de um trilho de metal por baixo para fazê-lo flutuar.

A invenção chamada Mr. Fusion, mostrada no filme, que transforma lixo em combustível, está longe de ser realidade, mas em Bristol (na Inglaterra), já foi divulgado que ôbibus estão sendo testados com combustível feito a partir de tratamento de esgoto e resto de comida.

Ainda no quesito locomoção, o arquinimigo de McFly, Biff (Thomas F. Wilson), paga uma corrida de táxi com a impressão do polegar. Não chegamos a tanto, mas estamos próximos, ou pagar o táxi por um aplicativo no aparelho celular não seria o mesmo só que num outro modo?

E, muito embora não tenhamos tênis com cadarços automáticos, a Nike já patentetou o sapato que se amarra ao calçá-lo nos pés. Da mesma forma, o casaco auto-secante de McFly não encontrou nada parecido com o hoje real.

Do ponto de vista da saúde, um idoso Doc. é visto no futuro com uma aparência jovial em função de uma clínica rejuvenecedora, o que nos faz lembrar a febre de cirurgias plásticas, incluindo botox, que vemos o tempo todo no noticiario da tevê.

A propósito, esse aparelhinho tão popular há 70 anos também é destaque em “De Volta para o Futuro 2”. Ali, a televisão tem tela plana e se parece com novos modelos a serem lançados em breve. O comando por voz nela também já é uma realidade em alguns modelos hoje comercializados. E embora não vemos smartophones no filme, há converas por vídeo conectados pela televisão. Algo que qualquer smartv pode oferecer hoje em dia com o aplicativo do Skype.

Pela cultura cinematográfica, temos no filme muitas brincadeiras com as sequências que surgiam para sucessos dos anos 1970 e 1980, como Tubarão, Rocky e Rambo. Há até uma versão de “Tubarão” em Holomax, espécie de filme em holografia hiperreal. Mas, não seria um equivalente a febre de filmes 3D que vivemos hoje nos cinemas?

Ainda no campo da tecnologia, McFly testa óculos inteligentes da JVC, enquanto hoje já vimos o potencial do Google Glass, além dos novos Óculos Riff, do Facebook, e o Hololens, da Microsoft.

Dos equívocos no campo da advinhação futurista que vemos na produção, estão os telefônes públicos em funcionamento (embora eles ainda existam), e os fax em plena operação. Não é o caso, entretanto, de ficarmos julgando este sucesso mundial do cinema, mas sim celebrá-lo mais uma vez.

SUCESSO – O primeiro “De Volta Para o Futuro” é de 1985. Tornou-se um fenômeno no mundo, tendo arrecadado mais de 360 milhões de dólares. .

SEQUENCIA – “De Volta do Futuro 2” e o filme 3 – que se passa no Velho Oeste – foram rodados de uma vez e lançados separados por um período de seis meses. A prática viria a se tornar comum posteriormente. As sagas “O Hobbit” e “Crepúsculo” são exemplos, entre outros, com a diferença de um ano para lançamento.

PRESTÍGIO – “De Volta Para o Futuro” foi citado em um discurso do ex-ator e presidente Ronald Reagan. “Nunca vivemos numa época melhor para se viver – um momento de feitos heroicos. Como foi dito no filme De Volta Para o Futuro, para onde nós vamos, não precisamos de estradas”.

EM CARTAZ – Os três “De Volta para o Futuro” podem ser vistos hoje nos cinemas em sequência. A rede Cinépolis (no Shopping Guararapes) e Cinemark (no RioMar) disponibilizam sessões só hoje, respectivamente do filme 1 (17h / 17h10); filme 2 (19h45 / 19h40); e filme 3 (22h20 / 22h).

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