O 8º Janela Internacional de Cinema do Recife encerrou domingo, mas nenhum autêntico cinéfilo pode choramingar reclamando que acabou-se a opção audiovisual diversificada no Recife. Apenas nessa semana iniciam nada menos que três mostras de cinema. Um deles, o 6º Festival Internacional do Filme Etnográfico do Recife, já começou ontem e segue até quinta-feira (19), dividindo-se entre a Biblioteca Central da UFPE, a Aliança Francesa e o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (estes últimos no Derby). Hoje, o 3º Recifest: Festival de Cinema e de Diversidade Sexual e Gênero será inaugurado às 19h30 no cinema São Luiz e vai até o sábado (21). Antes disso, na sexta-feira (20), o Animage: Festival Internacional de Animação de Pernambuco começa uma edição especial de três dias nos cinemas da Fundação (Derby) e do Museu (Casa Forte).

O 3º Recifest tem como expectativa receber 3.500 pessoas durantes os cinco dias de atividades no palácio da rua da Aurora. As sessões gratuitas somam 33 filmes entre curtas e longas-metragens, além de sete performances, debates e oficinas. O foco aqui é fortalecer a representatividade LGBT no meio audiovisual projetando obras que abordam a diversidade sexual e de gênero.

Dividida em quatro mostras distintas – curtas nacionais; curtas pernambucanos; DIV.A (Diversidade em Animação) e curtas internacionais -, o 3º Recifest abre hoje com uma performance de Gazelle Paulo, artista visual teresinense que e reside em Nova Iorque desde 1992. Na apresentação, Gazelle terá o corpo pintado, ao vivo, pelo artista plástico norte-americano Scooter LaForge. Na sequência, é projetado no São Luiz o longa-metragem “Gazelle: The Love Issue”, documentário realizado por César Terranova sobre a vida do artista.

ETNOGRÁFICO – Já o 6º Festival Etnográfico, como sugere o nome, está interessado na antropologia social que algumas obras audiovisuais podem fazer refletir. Dessa forma, reuniu para este ano mais de 80 filmes para projetar nos três endereços do evento, e também promover oficinas gratuitas em parceria com o Laboratório de Antropologia Visual da UFPE.

O homenageado deste ano é o realizador Vincent Carelli, fundador do projeto Vídeo das Aldeias. Um dos destaques na sessão de hoje no Cinema da Fundação, a partir das 18h, é o curta-metragem “Exu: Além do Bem e do Mal”, documentário de Werner Salles Bagetti que faz uma investigação poética sobre o mais polêmico dos orixás.

JANELA – Funcionando pela primeira vez com uma terceira sala (o Cinema do Museu), o 8º Janela anunciou um recorde de público nesta edição (19 mil frequentadores) em dez dias. “Futuro Junho”, de Maria Augusta Ramos levou o principal prêmio entre os longas, enquanto o romeno “O Tesouro”, de Corneliu Porumboiu foi eleito como a “melhor imagem”. O carioca “Mate-me Por Favor”, ganhou prêmio pelo som, e o espanhol “Dead Slow Ahead”, de Mauro Herce, o de montagem.