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Festivais

8º Janela (2015) – Un Importante Preestreno

A voz do cinéfilos

Por Luiz Joaquim | 11.11.2015 (quarta-feira)

Ao público que ainda está se habituando com um festival de cinema que oferece tantas opções interessantes mas que colidem umas nas outras por exibirem no mesmo horário em lugares diferentes – como se apresenta este 8º Janela Internacional de Cinema do Recife -, uma boa dica para hierarquizar as escolhas é prestar atenção aos títulos que exibem uma única vez e que não possuem distribuição comercial garantida no Brasil.

Traduzindo: é possível que, no Recife, o cinéfilo não tenha mais a chance de ver esse filme da programação com tais características numa sala de cinema. A lógica vale para “Uma Importante Pré-estreia” (Un Importante Preestreno, Arg., 2015), que exibe às 19h30 de hoje no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Derby), seguida de debate. O papo pós-filme usará o documentário argentino como mote para desenvolver questões sobre o tema do festival neste ano: a rua – e os Cinemas de Rua – como espaço de convívio para, inclusive, usufruir da cultura.

O subtitulo do longa-metragem dirigido por Santiago Calori já anuncia seu objeto: “A história oral e improvável da cinefilia portenha, das salas de arte às salas populares”. Com humor e inteligência, a condução do documentário investiga a história por trás da cinefilia portenha entre as décadas 1960 e 1980, com suas evidentes consequências.

Alguns dos casos divertidos revelados mostram como distribuidores locais conseguiram se colocar à frente de censura ou da força do cinema hollywoodiano, e de que forma essa resistência ajudou a afinar a inteligência dos espectadores cinematográficos em Buenos Aires. Isso explicaria, por exemplo, porque cineastas como o sueco Ingmar Bergman ou o francês Claude Chabrol, e mesmo o norte-americano Woody Allen, são mais amados e celebrados na capital argentina do que em qualquer outra parte do mundo.

Num certo tom nostálgico, “Uma Importante Pre-estreia” apresenta a história da cinefilia portenha como uma espécie de farol para o mundo, passando pelos sufocos da censura até chegar à liberdade do VHS, nos anos 1980. Cinéfilos recifenses deverão, em um momento ou outro do filme se enxergar dentro dessa mesma atmosfera.

CLÁSSICO
O clássico de destaque do dia é “A Pequena Loja de Horrores”, mas não aquele filme “B” lançado em 1960 e dirigido por Roger Corman, Charles B. Griffith e Mel Welles – que trazia um jovem e desconhecido ator chamado Jack Nicholson. A obra que o 8º Janela exibe às 21h40 no Cinema da Fundação foi sucesso em 1986.

A refilmagem catapultou a carreira do diretor Frank Oz, por conta do sucesso do filme ao assumir o espírito relaxado e divertido da obra original, mas com um rigor profissional impecável. Ajudou a presença no elenco do ator Steve Martin, uma estrela em ascensão com arrasa-quarteirões no currículo como “Cliente Morto não Paga” (1982), “Médico Erótico” (ou “O Homem com Dois Cérebros”, 1983) e “Um Espírito Baixou em Mim” (1984). Em “A Pequena Loja…”, Martin interpreta um impagável dentista que é sádico com seus pacientes e, claro, há no elenco o baixinho Rick Moranis, como o dono da loja de floricultura, além do outras estrelas, como John Candy, James Belushi e Bill Murray. Todos muito queridos à época.

BAHIA – Celebrado quando exibido há três semanas na 39º Mostra de SP, o baiano “Tropykaos”, de Daniel Lisboa, chega ao 8º Janela em sessão às 19h15, no cine São Luiz. Conta a saga de Guima, um jovem poeta que acredita sofrer de “ultraviolência solar” durante o verão mais quente dos últimos 50 anos em Salvador.

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