Há pouco mais de um mês, foi lançado na feira do mercado (o RioMarket) do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro um novo empreendimento da junção entre o Americas Film Conservacy (AFC), sediada em Los Angeles (EUA), e o Latin American Training Center (LATC, Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual).

Era o livro “O Cinema Brasileiro Hoje: Ensaios de críticos e especialistas de todo o país” (Brazilian Cinema Today: Essays by Critics and Experts from Across Brazil). A edição bilingue – em português e inglês – com distribuição no Brasil, Estados Unidos e Europa, reune artigos de críticos, jornalistas e acadêmicos na área do audiovisual de todo o País com o objetivo de traçar uma painel que dê conta ao mundo de diversos aspectos da atual situação do cinema nacional que é produzido na contemporaneidade.

No prefácio, Jay Weissberg – da revista norte-americana Variety – diz que “além de uma ferramenta para o estudo e o debate sobre o cinema brasileiro, a compilação também serve como uma caixa de ressonância para os mais representativos críticos do país sobre os temas de relevância em suas respectivas cidades e regiões”.

Com curadoria da crítica carioca Susana Schild, do jornal “O Globo”, o compêndio foi dividido em quatro partes temáticas distintas: “O começo do cinema brasileiro no século 21”; “Temáticas principais”; “Cinema em diferentes regiões”; e “Perspectivas para o futuro”.

Para dar conta dos 13 artigos Schild convocou o cineasta Orlando Senna para falar do cinema baiano, os críticos Luiz Zanin Oricchio (de “O Estado de S. Paulo”), Sérgio Moriconi (de Brasília), Paulo Henrique Silva (de Minas Gerais), Rubens Ewald Filho (São Paulo), Maria do Rosário Caetano (São Paulo), Daniel Schenker e Nelson Hoineff (do Rio de Janeiro). Os pesquisadores Sávio Luis Stoco, Juliano José de Araújo e Ricardo Agum Ribeiro (da Amazônia e de Rondônia), e Ivonete Pinto (do Rio Grande do Sul); e este que aqui escreve, crítico do jornal Folha de Pernambuco e editor deste CinemaEscrito, que faz uma análise sobre a progressão do audiovisual no Estadonas duas últimas décadas.

Numa dos mais brilhantes análises, está a de Paulo Henrique Silva (hoje presidente da Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Seu texto não se concentra apenas na produção mineira, mas desenvolve uma reveladora análise sobre os caminhos e descaminhos da produção infantil no País durante os últimos anos. Da mesma forma, Rubens Ewald Filho tenta traçar uma linha que dê algum sentido às opções do humor que o cinema brasileiro vem adotando nas décadas recentes.

Coube a Zanin Oricchio, abrir o livro com “Caminhos do cinema brasileiro pós-retomada”, um resumo dos movimentos de nossa produção audiovisual a partir do “renascimento” do nosso cinema após o fim da Embrafilme, em meados dos anos 1990. Quem encerra é a doutora em cinema e professora da Universidade de Pelotas, Ivonete Pinto, inspirada no texto de François Truffaut , para escrever o seu “Uma certa identidade do cinema nacional”, dando uma possibilidade de conclusão a partir do que conhecemos hoje.

“O Cinema Brasileiro Hoje” está disponível para venda na Internet – pela Amazon.com-, ao preço de R$ 83,05 (e-book: R$ 69,29), mas em breve chega às livrarias brasileiras, norte-americanas e europeias.