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Festivais

17a FestiCine (2015)

O mais democrático de Pernambuco

Por Luiz Joaquim | 07.12.2015 (segunda-feira)

Foi no Cineteatro do Parque onde tudo começou. O ano era 1999, e o antigo “Festival de Vídeo de Pernambuco” abarcava todas as categorias de produção audiovisual realizadas no Estado formando um grande painel atualizador para a sociedade. Havia, inclusive, uma categoria para vídeos institucionais. Apesar de hoje mais refinado em sua seleção, e com o nome de FestCine (desde 2012), o festival segue sendo o mais democrático espaço para se conhecer os novos talentos desta categoria no Estado. A sua 17ª edição inicia às 19h de hoje, no cine São Luiz com entrada franca, e segue até sábado (12).

Realizado pelo Governo de Pernambuco (Secult-PE e Fundarpe), em parceria com a Prefeitura do Recife (Secult e FCCR), o FestCine é hoje mais robusto em volume de filmes (nesta edição concorrem 50 filmes divididos nas categorias Animação, Documentário, Ficção, Videoclipe, Experimental/Videoarte) e nos prêmios em dinheiro (valores em R$ 4,5 mil, R$ 3,5 mil e R$ 2,5 mil para o 1º, 2º e 3º luga, respectivamente, de cada uma das cinco categorias).

Ainda que jogando luz sobre os novos talentos, o FestCine costuma dosar suas sessões com trabalhos de realizadores também experientes que estimulam a competição. Dessa forma, é possível encontrar no programa, este ano, nomes como os de Marcelo Pinheiro (com “Bajado”, hoje); Caio Sales (“Os Filmes que Moram em Mim”, hoje); Pablo Pólo (“Minha Geladeira Pensa que É um Freezer”, amanhã); Pablo Nóbrega (“A Clave dos Pregões”, quarta-feira); Neco Tabosa (“João Heleno dos Brito”, quinta-feira); Daniel Bandeira (com as iniciantes Joana Gatis e Flávia Vilela em “Soledad”, quinta-feira); e Chico Lacerda (“Virgindade”, quinta-feira).

Ainda mais interessante, entretanto, é descobrir as novidades que o FestCine apresenta. Entre tantas, duas obras devem ser olhadas com atenção. Uma é “Olinda Patrimônio Cotidiano”, documentário do fotógrafo Mateus Sá (quarta-feira), e “Olhos de Botão” (sexta-feira), de Marlom Meirelles.

Gravado em Serra Negra, Bezerros (PE), “Olhos de Botão” traz no elenco Zezita Matos (de “A História da Eternidade”) e fala da relação conflituosa de um casal de idosos a partir da adoção de uma menina perdida no Sertão. O filme chegou a ser exibido na Universidade de Harvard como parte de uma oficina de audiovisual na instituição norte-americana.

O FestCine cresceu também em suas proposições reflexiva e política. Esta última um legado criado e deixado pela personalidade da ex-coordenadora do Audiovisual do Estado, Carla Francine, e mantido pela atual gestora da coordenação, Milena Evangelista.

Como exemplo disto, neste 2015 o FestCine lança o e-book “Autobiografias do Outro: Camadas de Selfies em Documentários Pernambucanos”, de Márcio Andrade (16h30 da quinta-feira no Mamam); e promove o encontro “Políticas Públicas para o Audiovisual” (às 16h30 da sexta-feira, no mesmo local), com a participação de Evangelista, Paulo Linhares, do Centro de Cultura e Arte Dragão do Mar (CE), e Alfredo Manevy, do SP Cine.

HOMENAGENS – o 17º FestCine irá homenagear em cerimônia às 20h da quinta-feira no São Luiz a cineasta Adelina Pontual . Já às 19h do sábado, acompanhando o anúncio da premiação, o evento lembrará de Simião Martiniano, falecido em abril último.

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