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Críticas

Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme

Que puxa, Charlie!

Por Luiz Joaquim | 13.01.2016 (quarta-feira)

“Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme” (The Peanuts Movie, EUA, 2016) já é espirituoso desde sua abertura. Nela, é o garotinho Schroeder, fã de Bethoven, quem executa em seu pianinho a melodia da Twentieth Century Fox.

A brincadeira deverá abrir um sorriso de imediato naqueles que conhecem e tem alguma intimidade com a turma de Charlie Brown. E assim será durante o filme inteiro. Não que os leigos sobre a personalidade das criaturinhas criadas por Charles M. Schulz (1922-2000) não irão se divertir com o filme. A diferença é que o espectador amigo de Charlie Brown irá se divertir mais.

E isso é certo porque o roteiro escrito por Cornelius Uliano com Craig e Bryan Schulz (estes últimos, filhos de Charles) foram não apenas fieis ao espírito das mais de 17 mil tirinhas que Schulz desenhou pessoalmente ao longo de 50 anos de carreira, como criaram também uma amarração interessante e coerente, tendo como centro o pobre Charlie Brown e seu beagle maluco.

Dessa forma, está lá a sem-noção Patty Pimentinha; a sempre positiva Sally, que adora o irmão Charlie; a inteligente Marcie; a mandona Lucy, apaixonada por Schroeder, que sempre está imerso no seu mundo musical; Linus, o irmão caçula de Lucy que nunca larga seu paninho azul e é conselheiro sentimental de Charlie; Chiqueirinho, sempre sujo; e claro, o fiel cachorro Snoopy, com seus delírios de aviador que irá derrubar o aviador Barão Vermelho na 1ª Guerra Mundial, tendo sempre ao seu lado o passarinho Woodstock.

No meio deles está Charlie Brown. Um molequinho doce e gentil – de quem todos tiram proveito -, e dotado de uma timidez atroz. Ainda que fracassando em todas as tentativas da vida – não consegue empinar pipa, nunca ganha no beisebol –, nunca desiste e nem mede esforço para ir atrás do que deseja.

No filme, a tentativa de aprender a dançar, ou de ler e fazer o resumo para a escola do tijolo literário “Guerra e Paz”, de Tolstoi, em apenas um fim de semana, com um único objetivo – agradar o amor secreto de sua vida (a Menininha de Cabelo Ruivo) – é a maior prova de sua determinação.

Charlie, no final das contas, é aquele a quem é impossível não amar e cultivar compaixão uma vez que é por ele que enxergamos algumas fraquezas, frustrações e inseguranças que pertencem a nós mesmos.

Temporada das animações
Apesar de acertar em cheio com os adultos, “Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme” também funciona com as crianças. Mas, não tenha dúvidas, a tempora nos cinemas é delas – além dos “oscarizáveis”, claro. Hoje, no Grande Recife, outra opção em cartaz, objetivamente para os pequenos, é “O Bom Dinossauro”.

Este trabalho da Disney acabou não indo bem das pernas nas bilheterias, mas é certo que contém elementos que deixam a garotada bem agitada ao mostrar a amizade entre o dinossauro Arlo e o menino Spot. Outro título disponível tem sessões diárias no cine São Luiz (veja roteiro na página 4). É “Hotel Trânsilvania 2”, dando sequencia às aventuras da vampirinha Mavis, filha do conde Drácula, que casou com o humano Jonathan.

Em duas semanas (dia 28) será um urso polar que irá chamar a atenção da molecada nos cinemas. “Norm of The North” (não há título em português) acompanha Norm mudando-se do Ártico para Nova Iorque. No mesmo dia, uma animação dirigida por Charlie Kaufman – “Anomalisa” – também estreia, mas com foco nos adultos, contanto um história de amor de um palestrante motivacional.

Da mesma forma, “Asterix e o Domínio dos Deuses” (04/02), também deve chamar mais a atenção do público maduro. Junto ao novo Asterix, entra em cartaz o infantil belga “Epa! Cadê o Noel?”, mostrando a perspectiva de animais que não embarcaram na arca de Noé por meio de dois bichinhos rejeitados.

A grande expectativa da temporada está no lançamento (18/02) da Disney, “Zootopia – Essa Cidade é o Bicho”. Aqui, conhecemos a metrópole Zootopia, onde todos os animais, por mais diferentes que sejam, tem as mesmas oportunidades.

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