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Festivais

20o. Cine-PE (2016) – curta PAULO BRUSCKY

Filme não é um mero documentário

Por Luiz Joaquim | 04.05.2016 (quarta-feira)

JULIANA SOARES LIMA

Paulo Bruscky, curta-metragem documental de Walter de Carvalho sobre o poeta e artista multimídia, abriu a mostra competitiva nacional de curtas-metragens na primeira noite do Cine PE. Idealizado por Carvalho, Cláudio Assis e Beto Brant ainda nos anos 1990 como parte de uma série de três documentários sobre artistas locais para serem exibidos em formato de longa-metragem na tevê e cinema, o filme passa longe da categoria do mero documentário, caminhando para uma dimensão superior.

Em um dos momentos do filme, Walter propõe a Paulo a seguinte pergunta: “você é um artista ou um provocador?”, a que Paulo responde: “a função do artista é provocar os sentidos”. A tarefa de provocar os sentidos é muito bem executada por Bruscky, mas também por Walter na condução do documentário. Ele esmiúça o processo criativo do artista, fazendo-o penetrar na estética do filme, que além de entrevista, explora também a performance, partindo para o quase experimental.

Tal estética é capaz até de provocar certo estranhamento. Paulo Bruscky, em seus 26 minutos de duração, tira o espectador do lugar comum desde o primeiro instante, ao iniciar o filme com imagens justapostas e áudio dessincronizado, sob o risco de, segundo o próprio diretor, fazer com que as pessoas saiam da sala de cinema. “Não estranhem que vai melhorando”, brincou Walter em seu discurso anterior à sessão.

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