26º Cine Ceará (2016) – abertura
México será o país em destaque nessa edição. O festival segue firme no trablalho de iluminar o Norte/NE
Por Luiz Joaquim | 11.07.2016 (segunda-feira)
15-jun-2016 (quarta-feira)
LUIZ JOAQUIM
Foi um longo caminho o trilhado pelo Cine Ceará: Festival Ibero-americano de Cinema que amanhã (quinta, 16) inaugura sua 26ª edição com uma homenagem ao ator Chico Diaz e a exibição do curta-metragem cearenseAbissal, de Arthur Leite, seguido pelo longa Avó, que vem da Espanha sob direção de Asier Altuna – estando ambos filmes em competição.
O caminho é o mesmo dos festivais sérios que se propõem a encontrar sua identidade e renovar-se diante das mudanças do mundo e, principalmente, das condições que o mercado brasileiro o possibilita (ou não) de ser realizado.
Tendo se originado como “festival nacional de cinema e vídeo” lá em 1991 – ou seja, corajosamente um ano após Fernando Collor desmantelar o cinema nacional, em 1990 -, o Cine Ceará deu sua grande guinada mesmo em 2006 quando reforçaria sua importância dentro do cenário no Norte/Nordeste em festivais do gênero, ao agregar a sua competição obras ibero-americanas.
De lá até hoje, o evento vem apresentando-se com mais ou menos força (mas sempre despertando curiosidade) em função da programação que consegue reunir. Em 2014, teve de realizar uma edição frágil no mês de dezembro (fora de seu calendário habitual); mas em 2015 teve, sem dúvida, seu ápice com uma programação instigante com títulos mundialmente respeitados e inéditos por aqui pelo Brasil, ao celebrar seu 25º aniversário.
Chegamos a 2016 e o Cine Ceará mais uma vez chama a atenção com títulos que provavelmente não teríamos acesso por outro festival, nos apresentando trabalhos de produção basca, como o filme de abertura, Avó, premiado no festival de San Sebastian; do Panamá Salsipuedes, de Ricardo Aguilar e Manolito Rodríguez, além dos brasileiros inéditos Maresia, de Marcos Guttmann, com Julio Andrade e Vera Holtz; Menino 23, de Belisario Franca; Do outro lado do atlântico, de Daniele Ellery e Márcio Câmara; Casa Blanca, de Aleksandra Maciuszek; Clever de Federico Borgia e Guilhermo Madeiro além de, o representante do Ceará, o forte Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois, de Petrus Cariry – já exibido em janeiro último na Mostra de Tiradentes.
Há ainda na competição o mexicano Epitáfio, de Yulene Olaizola e Rubén Imaz, somando oito longas na disputa pelo troféu Mucuripe. O México, a propósito, é o país cuja cultura é celebrada nesta edição do evento, apresentando uma mostra específica com outros 22 filmes, sendo sete inéditos no Brasil e nove inéditos no Ceará, além de clássicos como O anjo exterminador (1962), de Buñel, e passando por contemporâneos como o violento Heli, de Amat Escalante; Amores brutos (2000), de Alejandro Iñárritu; e o belo Luz Silenciosa (2007), de Carlos Reygadas.
Além da competição de curtas-metragens – que conta com o documentário pernambucano Fotograma, de Caio Zatti e Luís Henrique Leal. -, o 26º Cine Ceará oferece as seguintes mostras especiais, Olhar do Ceará com curtas cearenses, mostras Melhor Idade, Acessibilidade e O Primeiro Filme a Gente Nunca Esquece, entre outras como o Cinema na Praça, que agita a tradicional Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza, endereço do gigantesco cinema São Luiz, sede do festival.
A atriz Dira Paes também recebe homenagem do evento, a ser realizada no domingo (19). O 26º Cine Ceará segue até 22 de junho, data de sua premiação e da exibição hor-concours do longa cearense O estranho caso de Ezequiel, de Guto Parente.
O CinemaEscrito irá cobrir o Cine Ceará pelo 14º ano consecutivo. Você poderá acompanhar nossa cobertura aqui a partir do sábado (18).
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