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Críticas

Invocação do Mal 2

O cão, agora com sotaque britânico. James Wan nos torna amigos de mais uma infortunada família.

Por Luiz Joaquim | 11.07.2016 (segunda-feira)

09-junho-2016 (quinta-feira)

LUIZ JOAQUIM

Mesmo antes de criar fama e séquitos pelo sucesso iniciado em 2013, o bom terror Invocação do mal já tinha garantida pela Warner Bros. uma sequência a ser dirigida pelo mesmo australiano, descendente de malaios, James Wan (famoso por criar outra franquia do medo, Jogos mortais, em 2003).

A continuação Invocação do mal 2 (The conjuring 2, EUA, 2016) tinha até data a ser lançada, seria em 2015. Mas é só neste sexto mês de 2016 que chega ao Brasil o novo mistério paranormal a ser desvendado pelo casal formado pelo investigador Ed (Patrick Wilson) e sua esposa Lorraine (Vera Farmiga).

No novo enredo, novamente vendido como ‘baseado numa história real’, a ação acontece no final do ano de 1977. O casal de investigadores paranormais já é famoso, principalmente pelo evento ocorrido seis anos antes, em Harrisville (o que vemos no filme 1).

Ainda que questionado por cientistas sobre seus métodos para identificar eventos metafísicos, Ed e Lorraine continuam sendo uma referência de segurança para a Igreja, que os solicita para uma nova investigação. Contra a vontade de Lorraine, eles vão ao subúrbio londrino de Einfield. É lá onde uma solitária mãe cria suas duas meninas – Margaret (Lauren Esposito), Janet (Madison Wolfe) – e o garoto caçula – Billy (Benjamim Haigh), que sofre de gagueira.

Como no filme originário da franquia, a relação de maldição está vinculada a uma casa. Lá onde vive esta família, é a pequena Janet que pela primeira vez experimenta a sensação de uma presença estranha na casa, e é ela que sofrerá na pela as piores conseqüências desse espírito ruim.

James Wan apropria-se da mesma estratégia narrativa e inteligência cinematográfica que lhe deu respeito e fama no filme 1 para, aqui, fazer mais um filme de horror acima da média. Ela, a tal estratégia, não guarda nenhum segredo, consistindo, entre uma câmera bem posicionada e um contexto histórico bem construído, em criar uma forte empatia de seu espectador com seus personagens (sem falar nos bons efeitos especiais).

Para o que alguns poderiam soar como perda de tempo na longa apresentação inicial da família de Janet, com seus problemas do cotidiano, como falta de dinheiro para pagar as contas, ou como o pequeno Billy sofrendo bullying na escola por sua gagueira é, na verdade, um movimento inteligente: fazer-nos gostar deles, e depois sofrer, muito, com eles.

Há ainda, aqui, espaço para uma homenagem a Elvis Presley, considerando que a trama se passa no mesmo ano em que o Rei do Rock morreu. Esse tipo de relação com a história ajuda a emprestar ainda mais credibilidade ao que estamos vendo com o mundo real que conhecemos.

Esse é mais um ponto de interesse imediato em Invocação… 2. Tanto no filme um como no filme dois, tudo transcorre em épocas, hoje já distantes. Mas não tão distantes, o que o torna curioso (até porque que vem com ótima direção de arte). Era um tempo em que a tecnologia era bastante diferente da de hoje, mas já guardava respeitabilidade cientifica como instrumento de comprovação da ‘verdade’, São máquinas modernas tais como gravadores, tevês e filmes. Peças que, até hoje, nos enganam com sua pretensa apresentação de ‘verdade’.

Um parênteses para dizer que esta franquia de Wan bebe na fonte de pelo menos dois já clássico do gênero que utilizaram como poucos a ideia de ‘baseado num a história real’ sedimentando por gravações em som e imagem para compor a validade da verdade do que ser quer contar. Falamos de A bruxa de Blair (1999), de Daniel Myrick e Eduardo Sanchez; eContatos de 4º grau (2010), de Olatunde Osunsanmi.

Colocados como ‘cientistas’ que investigam o sobrenatural, o próprio casal Ed e Lorraine de Invocação… 2 questionam suas descobertas. Isso também inquiete o espectador que, mesmo após ver todo o tipo de esquisitice – caldeiras arrastando-se sozinhas, a menina falando com a voz de um septuagenário -, ainda assim, eles mostram-se céticos. E se os especialistas estão céticos, porque o espectador deverá acreditar?

Essa jogada do enredo é a (boa) armadilha perfeita para comover o espectador para quando a ‘prova final’ nos surgir diante dos olhos esgarçando que o Mal realmente está ali.

E funciona. Invocação… 2 faz bem sua parte, em deixar a atenção do espectador absolutamente concentrada no que se passa a sua frente, pela luz do projetor do cinema.

ANABELLE – Em 2014 a Warner Bros. nos apresentou a boneca do filme
Annabelle. A obra nasce como uma espécie de filme de sustentação para a franquia Invocação do Mal, iniciada no ano anterior por US$ 13 milhões. Com US$ 5 milhões, a Warner entregou a direção da grande porcaria que se mostrou <anabelle< i=””>a John R. Leonetti, que era mais conhecido como diretor de fotografia. (Leia mais no link abaixo).

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