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Festivais

20º Tiradentes (2017) – programação

Serão 108 filmes em nove dias e homenagens a Helena Ignez e Leandra Leal.

Por Luiz Joaquim | 13.01.2017 (sexta-feira)

* Com texto da assessoria de imprensa da Mostra de Cinema de Tiradentes

A Mostra de Cinema de Tiradentes celebra duas décadas de história, de 20 a 28 de janeiro, e reúne todas as manifestações da arte numa programação abrangente e gratuita. Exibe de 108 filmes brasileiros em pré-estreias nacionais, realiza o 20º Seminário do Cinema Brasileiro que inclui debates, mesas temáticas, diálogos audiovisuais e a série Encontro com a Crítica, o diretor e o público, promove 10 oficinas com oferta de 240 vagas, a Mostrinha de Cinema para o público infantojuvenil, exposições, cortejo da arte e atrações artísticas, beneficiando um público estimado em mais de 35 mil pessoas.

“A Mostra de Cinema de Tiradentes celebra seus 20 anos como principal fonte de inovação e projeção do cinema brasileiro no país. No decorrer de sua trajetória, testemunhou o surgimento de uma nova geração de realizadores e favoreceu a visão de conjunto. Permitiu visualizar novos rumos, cresceu e renovou-se. A cada edição, imprime sua identidade e faz proposições consolidando-se como um espaço enriquecedor de exibição e discussão do cinema brasileiro contemporâneo, que a tornou única e desejada”, registra Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora da Mostra Tiradentes.

Abertura e homenagens – A cidade histórica de Tiradentes recebe a instalação de três espaços de exibição: Cine-Tenda, Cine-Teatro e Cine-Praça e abre a programação, no dia 20, às 21h, no Cine-Tenda prestando homenagens às atrizes, produtoras e diretoras Helena Ignez e Leandra Leal, duas das mais importantes intérpretes e criadoras do audiovisual brasileiro nos últimos anos, que receberão o Troféu Barroco. Na sequência, será exibido o documentário Divinas Divas, estreia de Leandra Leal na direção. O tributo se estende ao longo do fim de semana, com a exibição dos filmes da Mostra Homenagem e o debate “O percurso de Helena Ignez e Leandra Leal”, que vai reunir as duas no centro de um bate-papo com a plateia, críticos e pesquisadores convidados. O encerramento será no dia 28, com exibição do filme mineiro A Cidade onde Envelheço, de Marília Rocha.

A temática central da Mostra em 2017 é “Cinema em Reação, Cinema em Reinvenção”. A proposta, desenvolvida pelo curador Cleber Eduardo, é colocar em debate um cinema que reage a seu espaço e a seu tempo histórico. O mote foi a efervescência social e política ao longo de 2016, no intuito de estimular uma reflexão sobre as maneiras como o cinema e a arte se movem neste contexto. “A discussão a se propor é que a reação aos recentes acontecimentos políticos ou sociais, através do cinema, só terá força se o cinema

for colocado como carro-chefe, e não como palanque, megafone, hashtag ou militância”, diz o curador. “Se a militância estiver à frente dos filmes, o efeito será limitado. Para um cinema verdadeiramente político, a estética deve estar ao lado ou à frente do político”, diz o curador.

Cinema brasileiro em Tiradentes – A programação da 20ª Mostra de Cinema de Tiradentes exibirá 108 filmes – sendo 34 longas, dois médias,  e 72 curtas-metragens, oriundos de 13 Estados do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Paraná, Maranhão, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul. A seleção de longas está dividida em nove mostras temáticas (Aurora, Homenagem, Olhos Livres, Cinema em Reação, Horizonte, Praça, Bendita, Sessão-Debate e Mostrinha), enquanto a de curtas está em dez seções (Foco, Panorama, Homenagem, Praça, Cena Mineira, Cena Regional, Experimentos, Formação, Jovem e Mostrinha).

O curador de longas, Cléber Eduardo, conta que boa parte dos filmes parte de reações do cinema ao atual estado das coisas no Brasil, em aspectos políticos e sociais, e também seguem caminhos de risco e ousadia no trato com a estética. Uma marca inédita deste ano é a de longas dirigidos por mulheres: entre os 29 novos títulos selecionados, 12 são de realizadoras, 41% dos selecionados. A força feminina no audiovisual será reconhecida com o Troféu Helena Ignez, criado este ano e que será entregue durante a Mostra a alguma profissional que tenha se destacado em qualquer área na feitura de algum dos filmes em exibição.

Chegando à sua 10ª edição, a Mostra Aurora – dedicada a novos realizadores que proponham novas formas de estética – conta com sete participantes a serem avaliados pelo Júri da Crítica. O ganhador leva o Troféu Barroco e prêmios de parceiros do evento. Estão na programação: “Baronesa” (MG), de Juliana Antunes; “Corpo Delito” (CE), de Pedro Rocha; “Eu não Sou Daqui” (MG), de Luiz Felipe Fernandes e Alexandre Baxter; “Histórias que nosso Cinema (não) Contava” (SP), de Fernanda Pessoa; “Sem Raiz” (SP), de Renan Rovida; “Subybaya” (MG), de Leo Pyrata; e “Um Filme de Cinema” (SP), de Thiago B. Mendonça.

Para refletir sobre a primeira década da Aurora e o impacto da mostra no cenário do cinema brasileiro independente, acontece, durante o evento, a mesa “Mostra Aurora 10 Anos: Percurso e Reflexão”, com a presença de diretores cujos filmes foram premiados. Entre eles Allan Ribeiro (“Mais do que Eu Possa me Reconhecer”, 2015), Adirley Queirós (“A Cidade é uma Só?”, 2012), Pedro Diógenes (“Estrada para Ythaca”, 2010), Tiago B. Mendonça (“Jovens Infelizes ou um Homem que Grita não é um Urso que Dança”, 2016) e Tiago Mata Machado (“Os Residentes”, 2011).

Nos curtas-metragens deste ano, a curadoria ficou a cargo de Francis Vogner, Pedro Maciel Guimarães e Lila Foster.  Uma novidade em 2017 é a mostra Experimentos, que reúne filmes com novas proposições nas relações entre som e imagem, casos de A propósito de Willer, de Priscyla Bettim e Renato Coelho (SP); Confidente, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes (RJ); Gozo/Gozar, de Luiz Rosemberg Filho (RJ); e Sem Título # 3: E para que Poetas em Tempo de Pobreza?, de Carlos Adriano (SP).

Para Lila Foster, integrante da curadoria, o experimental chamou atenção no processo de seleção. “Teve uma quantidade expressiva de filmes com essas propostas e um desejo potente de tomar o cinema como arte autorreferencial e em ligação direta com o trabalho de poetas literários e cinematográficos”, diz ela. “A experiência com os aspectos plásticos e o registro do mundo natural condensaram um olhar para a matéria-prima do mundo artístico e da natureza, ressaltando que nossos olhos e ouvidos precisam existir, antes de tudo, de forma livre”.

Debates, encontros, oficinas – No centro dos debates do 20º Seminário do Cinema Brasileiro estão mais de 60 profissionais do audiovisual – críticos, jornalistas, pesquisadores, cineastas, professores e curadores para reflexões sobre a programação de filmes, políticas e estéticas do audiovisual brasileiro.  O Seminário acontece no Cine-Teatro do Centro Cultural Yves Alves Sesiminas e inclui os debates da série “Encontros com Diretor, Crítica e Público”, em que um profissional convidado apresenta sua visão sobre determinado filme exibido na Mostra, o realizador comenta seu trabalho e a plateia participa com perguntas e observações. Compõem as mesas os longas das mostras Aurora, Olhos Livres, Horizontes e os curtas da Mostra Foco. Já a temática central do evento, Cinema em Reação, Cinema em Reinvenção, será refletida em duas mesas dedicadas a analisar dois aspectos principais: “Questões de representatividade e proposta estética” e “Circulação e Visibilidade”.

Para além dos filmes e encontros, a Mostra Tiradentes promove temporada intensa de ações culturais, entre elas 10 oficinas com 240 vagas (como direção e atuação, noções de montagem e edição, trilha sonora e realização em curta digital), exposições, lançamentos de livros, cortejos, teatro de rua, performances audiovisuais e intervenções artísticas, para públicos diversos e de todas as idades.

Tema – A temática “Cinema em reação, Cinema em reinvenção”, proposta para esta edição, também estará refletida no palco do SESC Cine Lounge – espaço interativo instalado no Complexo de Tendas que promove o encontro de todas as artes com o cinema. O espaço ganha uma programação que vai privilegiar o trabalho autoral e independente a partir de uma proposta curatorial desenvolvida pela equipe do Sesc, que assina a parceria cultural do evento.

A curadoria artística definiu quatro temas para nortear a escolha das atrações desta edição – a Identidade como processo, o Território como matéria-prima (em detrimento da representação), a Arte entre a política e a micropolítica e a Hibridização de linguagens. As apresentações acontecem no Sesc Cine Lounge e no Largo das Fôrras (praça principal da cidade).

Performances, Vídeo-arte, intervenções artísticas, rodas de conversa representam o momento atual da produção artística contemporânea e mostram como os artistas têm reagido a este momento. O público poderá conferir a atuação dos artistas e grupos “As Bahias e a Cozinha Mineira”, “Constantina” “ Djalma Não Entende de Política”, “Siba”, “Coutto Orchestra”, “Barulhista”, “Opavivará”, “Miro Soares”, “David Maurity”.

O tradicional “Cortejo das Artes”, que acontece no dia 21, sábado, às 16h30, com saída da Igreja do Rosário, irá percorrer as ruas de Tiradentes com inúmeras atrações ligadas à cultura popular e tradicional, desde congados e folias de reis, passando por blocos carnavalescos e envolvendo palhaçaria, teatro de rua, bonecos, entre outros.

Destaque para os blocos “Samba do Queixinho” e “Corte Devassa”; para os bonecos do Mestre Quati; para a Guarda de Congo N. Sra do Rosário; para a Associação Casa do Tesouro (grupo de dança afro); e para a Banda Ramalho. Nos dias 23 e 28, a animação fica por conta dos grupos de teatro de rua “Cia Circunstância” e “Maria Cutia”.

Nas telas do Sesc Cine Lounge, o coletivo #eufaçoaMOSTRA exibe a cobertura do evento realizada em mídias móveis com produção de conteúdos audiovisuais interativos e instantâneos que integram a Campanha #eufaçoaMOSTRA. Os microvídeos deste ano serão realizados pela Macaca Filmes e coordenados pelo videomaker Luis Bocchino.

Uma novidade desta edição é a participação da artista “Criola”, conhecida por seu trabalho engajado em favor do empodeiramento da mulher negra brasileira, possui grafites pelas ruas de diversas cidades no mundo, revelando formas e cores que remontam à ancestralidade da cultura africana. Dentro do “Projeto Parede”, que o Sesc leva à programação de Tiradentes este ano, Criola irá realizar um “work in process” aberto à apreciação do público durante os dias do festival, ao lado do Sesc Cine Lounge.

Toda a programação é oferecida gratuitamente.

MOSTRA HOMENAGEM

Antes do Fim, de Cristiano Burlan (SP)

Copacabana mon Amour, de Rogério Sganzerla (SP)

Divinas Divas, de Leandra Leal (RJ)

Nome Próprio, de Murilo Salles (RJ)

Ralé, de Helena Ignez (SP)

 

MOSTRA AURORA

Baronesa, de Juliana Antunes (MG)

Corpo Delito, de Pedro Rocha (CE)

Eu não sou daqui, de Luiz Felipe Fernandes e Alexandre Baxter (MG)

Histórias que nosso cinema (não) contava, de Fernanda Pessoa (SP)

Sem Raiz, de Renan Rovida (SP)

Subybaya, de Leo Pyrata (MG)

Um filme de cinema, de Thiago B. Mendonça (SP)

 

MOSTRA OLHOS LIVRES

A destruição de Bernardet, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (SP)

Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho (RJ)

Homem-Peixe, de Clarisse Alvarenga (MG)

Lamparina da Aurora, de Frederico Machado (MA)

Modo de Produção, de Dea Ferraz (PE)

Os incontestáveis, de Alexandre Serafini (ES)

 

MOSTRA PRAÇA

Guarnieri, de Francisco Guarnieri (SP)

Martírio, de Vincent Carelli, com co-direção de Tita e Ernesto de Carvalho (PE)

O jabuti e a anta, de Eliza Capai (SP)

O que nos olha, de Ana Johann (PR)

Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga (RJ)

 

SESSÃO BENDITA

A repartição do tempo, de Santiago Dellape (DF)

Terra e Luz, de Renné França (GO)

 

SESSÃO CINEMA EM REAÇÃO

O homem que matou John Wayne, de Diogo Oliveira e Bruno laet (RJ)

 

SESSÃO-DEBATE

Precisamos falar do assédio, de Paula Sacchetta (SP)

Sutis interferências, de Paula Gaitán (RJ)

 

SESSÃO HORIZONTE

A cidade onde envelheço, de Marília Rocha (MG) – filme de encerramento

Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr. (MG)

Entre os homens de bem, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros (SP)

Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé (SP)

Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira (RS)

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